NUNCA O TIVEMOS...
 
Nunca o tivemos antes, mas estamos à procura de um Brasil diferente, politicamente falando, e tomara que ele seja pelo menos um pouco melhor do que esse que vivemos nos dias atuais e, de preferência, sem a existência de "homens do povo" desonestos nas suas atitudes, sobretudo quando da divulgação de promessas eleitorais que sabemos não serão cumpridas na sua plenitude. Apesar de sabermos que essas promessas fazem parte de um velho ritual falacioso político partidário já consagrado nessa seara de escolha dos nossos representantes em cada período eleitoral, com o objetivo pura e simplesmente de conseguir votos o suficiente para serem eleitos, não podemos aceitar que essa situação continue da forma que está.

Nunca o tivemos antes, mas estamos à procura de um Brasil que não seja refém da pluralidade partidária ora existente, onde seus interessados novatos que ora vêm se apresentando como cidadãos incólumes aos grupos veteranos já existentes, afirmando que são incapazes de se corromper e de não fazerem nenhum tipo de conchavos espúrios quando de suas atuações, permaneçam firmes até o fim de seus mandatos, sem se perder em nenhum momento em meio a esse cenário político partidário já existente que tende a se perpetuar no tempo e no espaço.

Nunca o tivemos antes, mas estamos à procura de um Brasil parecido com aquele que nossos antepassados achavam que era o ideal para se viver na sua época. Ali, havia um pouco de pessoas que eram incapazes de se locupletar às custas da inocência e/ou incapacidade de outrem, por mais simples que essa vantagem fosse, por entender que agir dessa maneira seria considerado por todos como uma atuação maledicente. Essas pessoas, inclusive alguns "homens do povo" da época, sobreviveram impolutos por pouco tempo em meio àquelas poucas pessoas honestas que as apoiavam, mas não foram totalmente felizes e se frustraram com o passar do tempo, em razão da aparição de algumas “ovelhas negras” infiltradas em meio aos condutores dos rebanhos políticos partidários “bem-comportados” ali existentes.

Nunca o tivemos antes e talvez nunca o tenhamos, mas estamos à procura de um Brasil que não seja apenas um pano de fundo que sirva para fomentar mais uma onda moralista, como muitas outras que já aconteceram ao longo dos tempos de Brasil Colônia, Brasil Império, República Nova, República Velha e mais recentemente nesse início de século, amplamente impulsionada pelo apoio da nossa "juventude popular midiática". Tudo isso e mais um pouco que está por vir tem ajudado muito, mas estamos precisando mesmo é de uma mudança comportamental de verdade, sem que ela fique apenas no palavreado emotivo proferido por integrantes dos grupos de apoio populares durante suas manifestações, ou por meio de algumas frases prontas, proferidas por candidatos durante as campanhas eleitorais, que dizem  exatamente aquilo o que a massa quer ouvir.

Na verdade, precisamos acreditar que tudo isso que vem acontecendo nos últimos tempos tenha algum fundo de verdade, sem corrermos o risco de fazermos parte, como meros figurantes, do lançamento inédito de mais um simples modismo político social e partidário que só pretende registrar a passagem de mais essa "onda moralista" que visa única e exclusivamente “mascarar” os atos de corrupção de alguns “homens do povo”, sendo que boa parte do nosso povo que clama por essa mudança nem sempre agiu de modo diferente desses “homens do povo”, principalmente naqueles momentos em que lhe tem sido vantajoso e conveniente assim o proceder.

Acordemos, pois, meu povo e promovamos uma reciclagem comportamental urgente! Contudo, se não fizermos direitinho a “lição de casa” de nada adiantará querer cobrar “resultado positivo” daqueles “homens do povo” que procedem de maneira "negativa" entre seus pares, ora na condição de corruptos, ora na de corruptores.