NA ALTA MADRUGADA
NA ALTA MADRUGADA
É alta noite, o tic tac do relógio de parede em noite silenciosa, ameaça meu sono fazendo minha mente trabalhar.
Com uma vontade incontida de querer olhar para o céu cheio de estrelas fulgurantes, umas mais próximas, outras mais distantes, no azul translúcido pela luz do luar.
No entanto os astros perdem o seu fulgor, porque aparece um astro mais belo, mais puro – o meu amor!
Volto a dormir e acordar. Pela janela aberta entra uma brisa fresca. Vejo então que é manhã, manhã risonha e bela, manhã de um novo dia, com pouquíssima névoa na serra.
Oh! Tanto desejo de voltar de voltar à minha terra, correr ao rio e me banhar e com braçadas velozes na corrente ver no leste o sol se levantar!
Porém, vem surgindo mais belo que o sol de ouro o cabelo em deslumbrante cor,-- o meu amor!
Transcorre o dia... a tarde vem chegando, de novo a minha terra, fico recordando a minha casa. E o rio, o meu querido rio, de beleza sem par!...
É para lá que guio o meu pensamento na esperança de que espírito possa repousar.
Como em outros tempos, vejo-me apoiado às raízes da venerável mangueira, de enorme copa, sombreando a fonte; com meu olhar, percorro o pinheiral defronte e, a margem extensa, toda trepadeira.
Na praia, os raios de sol entre a folhagem densa, põem reflexo de âmbar. As pedrinhas submersas que tornam abrilhantadas em mistura com a areia. Então mergulho julgando ver sereia...
Essa sereia me perseguiria e assim diria: aonde está o pescador. Já vejo um muito belo, - o meu amor.