Falando de Futebol
Acabamos de ver dois dos maiores clubes do Brasil serem eliminados da Copa Libertadores da América por dois clubes da Argentina, o Boca Juniors e o River Plate. Para mim, que acompanho o futebol desde criança, não foi uma surpresa.
O Boca e o River não são aqueles esquadrões de 1947 e 48, tempo em que eu com 14 anos comprava, frequentemente, uma revista Argentina de futebol.
E graças à minha memória, ainda me recordo dos grandes jogos do campeonato argentino que eram falados no mundo inteiro.
Havia jogadores argentinos em muitos clubes da Europa e serviam até às seleções daqueles países como a Itália, campeã mundial de 1934, que tinha Monti e Orsi na sua equipe e também um brasileiro como Anphilóquio Guarise, mais conhecido por Filó.
A Argentina de 1930 a 1955 teve uma safra de jogadores fabulosos como também o nosso Brasil teve nesse período grandes quadros de futebol. Como o Palestra Itália, campeão de 1932, 33/34. Que era uma equipe imbatível: Nascimento, Aymoré, Carnera e Junqueira; Tunga, Dula e Tufi; Avelino, Gabardo, Romeu Pellicciari, Lara e Ozes.
E os jogos da seleção brasileira contra a seleção argentina eram muito bem equilibrados.
Em 1945, no sul-americano do Chile, Argentina e Brasil disputaram o título. Confiando na minha memória os times eram assim: Argentina: Vaca, Marante e Dezorzi. Yacono, Lazati e Pescia; Boiê, Moreno, Pederneira, Mendes e Lostau.
O Brasil: Oberdan Domingos e Beluomini; Ivan, Danilo e Jaime; Tesourinha, Zizinho, Heleno, Jair e Ademir. Foi um jogão. Vitória da Argentina 3 a 1.
Por volta de 1948, Boca Juniors e River Plate estavam em São Paulo, jogando contra Palmeiras, São Paulo e Corinthians. Ficou resolvida a realização de uma partida especial. Os três clubes de São Pulo e os dois argentinos se enfrentariam. O resultado foi uma grande partida: Combinado Paulista 1 x 1 Combinado River-Boca.
Os Paulistas formaram com Oberdan, Domingos e Caieira; Zezé Procópio, Brandão e Dino; Cláudio, Servilio, Leônidas, Lima e Teixeirinha. O Combinado argentino formou com: Carrizo, Marante e Dezorzi; Yacono, Néstor Rossi e Pescia; Boiê, Moreno, Di Stefano, Labruna e Pin.
Os argentinos possuíam tantos jogadores de talento que dava para formarem 3 seleções de respeito. Foi uma época em que no Brasil surgiram grandes jogadores e eram formadas grandes equipes. Como o Corinthians de 1942: Rato, Chico Preto e Granbell; Jango, Brandão e Dino; Gerônimo, Servílio, Teleco, Eduardinho, e Hércules. O Palmeiras, dessa época, campeão paulista: Oberdan, Junqueira e Beluomini; Zezé Procópio, Og Moreira e Del Nero; Cláudio, Romeu, Echevarrieta, Lima e Pipi. E o São Paulo, também era uma equipe muito forte: Doutor, Piolim e Florindo; Zezé Procópio, Zarzur e Noronha; Luisinho, Sastre, Leônidas, Remo e Pardal. Grandes equipes que a todo domingo lotavam o Pacaembu, ainda cheirando atinta da sua inauguração. E os times que mais davam trabalho aos grandes eram o Juventus, o Ypiranga e a Portuguesa Santista.