CADÊ OS ELEOTORES?

AS LIÇÕES DO PLEBISCITO... OU CADÊ OS ELEITORES ?...
Milton Jorge da Silva

Há quem afirme que o plebiscito para escolha do regime nacional, foi um
verdadeiro fracasso em Deodápolis. Não conseguiu empolgar ninguém, nem leitores, nem os próprios políticos envolvidos. Afirmam que foi um evento mocho, mochocô.
Apesar das opiniões contrárias, o plebiscito serviu para mostrar que o povo brasileiro sabe muito bem o que quer: Seriedade, competência, para a solução dos graves problemas que assolam o país, e pretende que a república e o presidencialismo digam a que vieram, encontrando formas e caminhos desejado por todos. Nada de rei, e nem de primeiro ministro. Os votos nulos, brancos, e os chacotas, deram um recado aos políticos, nos vários níveis de governo: Cuidem-se, o povo está de olho em vocês.

Em especial, para nós residentes em Deodápolis, o plebiscito deu uma valiosa lição, trazendo esperanças na cidadania pelos seguintes motivos:

- Transcorreu em perfeita harmonia e normalidade, sem denúncias de corrupção eleitoral, compra de votos, doações de bens públicos e favores;
- O povo votou consciente, sem aliciamentos, bocas de urnas, ou seja, sem interferência de politicalhos;
- Não houve o fenomenal movimento de passageiros no terminal rodoviário, registrado na eleição de prefeito de 03.10.92, onde registrou-se a presença de eleitores de Amambay, Campo Grande, Dourados;
- Também não se verificou a abusiva doação de remédios á custa dos cofres públicos;
- Nas seções eleitorais, tudo normal, poucas filas, e a votação mais parecia um reencontro de amigos, onde todo mundo conhecia todo mundo;
- Desta feita, não se percebeu a chegada de dezenas de ônibus, com eleitores alienígenas ou laranjas, aliciados para votar em Deodápolis, conforme ocorreu na última eleição;
- No máximo, alguns eleitores de Comarcas contíguas, que já estão se tornando conhecidos de todos.

Assim, o plebiscito ocorreu dentro da normalidade, sem tumultos, sem pressões, e sem aquele movimento fantástico ocorrido no Terminal Rodoviário de Deodápolis-MS, ocorrido no dia da eleição de 03.10.92 e em dias antecedentes.

A apuração, foi outra lição de civismo e cidadania. Os votos foram contados, conferidos, achados conformes e guardados sem registro de contestações. Venceu a vontade majoritária do povo que habita, vive e sofre os problemas de Deodápolis. A totalização de votos registrou 7.574 (sete mil, quinhentos e setenta e quatro) votantes. Número razoável e aceitável para uma população de aproximadamente 13.500 (treze mil e quinhentos) habitantes. Afinal, existem crianças, jovens menores de dezesseis anos e anciãos de mais de sessenta e cinco anos, e outros que não exercem o direito de voto.



Outra grande lição do plebiscito foi a abstenção:

- Nas eleições de 03.10.92, o índice de abstenção foi menor que 10% (dez por cento), um dos menores do Brasil;
- No plebiscito, o índice chega a mais de 28,84% (vinte e oito por cento), enquanto que a média nacional ficou em torno de 15% (quinze por cento), significando que faltaram para votar mais de 3.000 (três mil) eleitores;

Diante desses fatos, questiona-se:

- O que houve com os eleitores de Deodápolis ?
- Onde se escondem esses eleitores?
- O dia do plebiscito foi de sol, não houve ameaça de chuvas, porque os eleitores não vieram?
- Como explicar o pouco movimento registrado no Terminal Rodoviário?

Também não se teve notícia de eleitores estranhos procurando as seções eleitorais, ou onde fica a rodoviária, ou mesmo, que lugar é esse, conforme ocorreu na ultima eleição. A ausência dessas indagações atesta que os eleitores alienígenas desta vez não vieram votar. De outra sorte, nenhuma farmácia faliu por fornecer remédios e medicamentos para eleitores e não há incurso qualquer ação de cobrança para receber dos cofres públicos, os benesses eleitoreiros efetivados em benefício dos politiqueiros. Foi sem dúvidas, uma grande lição.

Como cidadão que faz parte deste contexto, vou encaminhar sugestões para a Justiça Eleitoral:

- Que determine de imediato a intimação pessoal dos eleitores faltantes em suas residências para que paguem a multa legal;
- Com o ingresso desses recursos, a Justiça Eleitoral não necessitará mais de ajuda dos envolvidos nas eleições e tornará o processo eleitoral mais transparente;
- Mostrará à todos quem são e onde estão esses eleitores.

No entanto, em não sendo encontrados os eleitores, há que se concluir que Deodápolis há muito tempo, não decide uma eleição pela vontade de seus habitantes, sendo submetida á interferências, abusos e absurdos de grupos poderosos, que insistem em fabricar eleitores alienígenas, para a satisfação pessoal de seus egoísmos, impondo de forma ilegítima e desonesta as suas vontades e forças.



 
Milton Jorge da Silva Escritor
Enviado por Milton Jorge da Silva Escritor em 09/11/2018
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