Errar, errar e errar: até quando???
Fiquei pensando no que faz a gente repetir certos erros e procedimentos que nos fizeram, fazem e farão um mal danado. Diria Freud que somos um bando de masoquistas e que adoramos sofrer, numa loucura que nunca vai embora. Reconheço que podemos não ser a sétima maravilha do mundo. Que viemos com vários defeitos de fábrica. Sem contar os defeitos que criamos, pegamos dos outros ou que brotam do nada e ficam eternamente. Talvez tenha outra razão. Pra errar temos que trilhar certo caminho, cumprir determinado protocolo. Quando o mesmo erro diz "presente" diversas vezes seguidas, o tal caminho ou protocolo também terá seu repeteco. Mesmo quebrando a cara no final, o "jeito de chegar lá" será familiar, com todos seus detalhes. Sabemos por onde ir, quando ir, de que forma ir e até com quem ir. Por não ter mistérios ou oferecer grandes surpresas, mergulhamos nessa zona de conforto quase que instintivamente, via piloto automático. Pode até ser que tenha lá no fundo um pingo de esperança que o desfecho será legal, diferente do habitual fracasso, da costumeira frustração por constatarmos que deu merda de novo. Quando cai a ficha e sacamos o enredo todo, temos a possibilidade de evitar o erro - só evitar deixar de por aqui e ir por ali. Poderá gerar certo desconforto pelo "chão novo", poderá deixar a alma em pânico por abandonar a trilha conhecida para tentar tocar o barco por águas nunca antes navegadas. Daí, vai saber, acertamos! Isso será maravilhoso, se perceber no comando dos passos, podendo mudar o trajeto já amplamente percorrido dá um prazer danado. E quando isso acontece de fato, nossa autoestima escala o Everest e todos ao redor vão aplaudir de pé - mesmo que não demonstrem sua aprovação e entusiasmo. Tente se ver dessa forma e experimente não passar o mesmo filme do erro da próxima vez. Depois me conte que também deu certo pra você. Vou adorar te dar os parabéns merecidos. Combinado?