FALANDO DE CEMITÉRIOS
Nos Finados, as tevês mostraram diversos Campos Santos da região. Uns bens cuidados. Outros ,vergonhosamente abandonados. Dizem que para cuidar desses locais, é necessário que as pessoas sejam espiritualistas, tenham respeito profundo àqueles que partiram. Não é para qualquer um.
Em Capituva, o local era bem cuidado. Certo dia, um bêbado entrou e dormiu sobre um túmulo. Já estava escuro quando despertou. O cemitério fechado. Procurando saída, caiu dentro de uma cova aberta. Gritou, gritou... Na manhã seguinte, os funcionários encontraram-no, apavorado, todo sujo.
Então, resolveram construir residência logo na entrada e colocar vigilante. Um casal e uma filha foram morar lá, livre de aluguel, luz e água.
A filha de uns vinte anos era olhada de esguelha, quando dizia que residia no cemitério. Namorado, nenhum.
Certa noite, numa quermesse, rapaz de cidade próxima, paquerou-a e se propôs levá-la para casa. Quando chegaram à frente do cemitério, a moça pegou a chave da bolsa e foi abrir o portão, disse: -É aqui que eu moro...
O rapaz saiu numa debandada, nem sequer olhou para trás...