Afã

Hoje, chegando à universidade, uma senhora me parou rápido e perguntou se eu estava com muita pressa. Infelizmente eu estava. Tinha uma palestra para assistir que começava às 10h e já eram 11h. Não neguei ajuda por maldade. Apenas estava realmente fora do horário. Pro meu consolo ela não estava só. Haviam outras pessoas próximas na calçada.

Depois da correria de entrar atrasada na sala da palestra (muito boa por sinal) e almoçar parei pra pensar no que aconteceu. Meu mundo não teria acabado se eu tivesse parado trinta segundos para ouvir aquela senhora. Se ela por acaso me perguntasse sobre os ônibus que passavam ali eu não saberia responder, pois não conheço o local, mas pelo menos ela saberia que mesmo atrasada eu havia tirado uma fração do meu tempo para escuta-la. E podia não ser isso, podia ser qualquer outra solicitação. Minha pressa fez com que eu não lhe desse atenção.

A correria da vida moderna nos afasta cada vez mais das pessoas, deixando de lado o que é realmente importante: as relações humanas.

Lamentavelmente isso chegou a um patamar que não acontece mais apenas entre estranhos. Certa vez um aluno desabafou que seu pai sempre chega estressado em casa quando volta do trabalho e por isso não tem o hábito de demonstrar afeto. Isso me partiu o coração, sobretudo por se tratar de uma criança.

Até que ponto vamos deixar qualquer outra coisa ser mais importante que o outro ser humano e nossas relações? Faço essa pergunta a mim, a você, a todos nós. Vamos tirar o pé do acelerador e dar um abraço em quem está do nosso lado. Vamos mostrar que somos acessíveis e que podemos ajudar. Vamos mostrar que nos importamos. Como diria Chitãozinho e Xororó com Sandy e Junior, vamos construir uma ponte em nós pra ligar seu coração ao meu com o amor que existe em nós.