MEXENDO COM AS MAMANGAVAS

Durante a noite o temporal praticamente destruiu o vilarejo. Assim que o Sol nasceu, as pessoas foram saindo de seus abrigos. Das vinte casas, somente cinco permaneceram inteiras. Aos poucos o pessoal foi se organizando, para dar início a reconstrução.

O rapaz da primeira casa depois da ponte, recebeu a tarefa de trazer caibros de madeira, para recuperar o salão paroquial, onde as pessoas seriam abrigadas. Carroção carregado, lá vinha ele, até que avistou um ninho de mamangavas, entocado no moeirão da porteira do salão. Não teve dúvidas, e lacou um relhaço em dois ou três exemplares, da família das Apidae. O bicharedo atucanou-se e atacou o padre que vinha logo atrás.

Ferroadas doloridas, que produzem dores severas.

O padre enfureceu-se, mas logo absorveu, tudo em nome de Deus.

Passados alguns dias, durante a missa, veio o sermão:

- Se temos problemas demais, por que vamos mexer com mamangavas?

Assim, a humanidade esta repleta de gente que fica procurando sarna para os outros coçarem-se.