SÍNDROME DA FOLHA DE PAPEL EM BRANCO

Quando não se tem a obrigação funcional de diariamente escrever um artigo jornalístico, uma crônica, um editorial, textos publicitários, mais um capítulo de novela ou daquele livro que, via de regra, é tido como o último da carreira de escritor há dias em que procuramos o que dizer, mas a inspiração não vem.

E quando forçamos para escrever algo, sai uma boa porcaria, porque faltou a inspiração.

Faltou aquela centelha que promove a explosão de ideias que só se acalma quando o texto fica pronto.

Muitas vezes esse gatilho é acionado por algo inusitado, aparentemente banal e por assuntos que nem nos dávamos conta da importância que realmente têm para nós e para todos como aconteceu com a disputa eleitoral.

Hoje faz uma semana que a corrida acabou, salvo um ou outro comentário, aquela disposição para responder às publicações e comentários insidiosos contra o meu candidato, de tentar esclarecer as mentes embotadas pela ideologia canhestra dos parasitas sociais de que quase tudo o que se dizia contra a democracia liberal era fruto de um arranjo para que o caos permanecesse, que os desvios continuassem e que os bandidos presos, ou ainda soltos, continuassem a ser endeusados como os heróis salvadores da pátria.

Mas isso é passado.

Não adiantam mais as lamentações das viúvas dos perdedores nem as ameaças dos seus capangas, porque sabemos que todos eles já estão sendo monitorados e a partir do dia primeiro de janeiro do próximo ano terão que procurar emprego porque a boquinha das verbas oficiais acabou.

Na literatura eu me enquadro na classe dos contadores de causos.

Historinhas simples, curtas e diretas com princípio, meio e fim como convém a um bom papo de boteco, numa ponta de rua ou no encontro fortuito no centro da cidade...

O diacho é que eu já falei de quase todos os assuntos nos trezentos e noventa contos que publiquei e como não possuo a desenvoltura necessária para os outros estilos literários, (coisa que eu gostaria muito de possuir) por enquanto estou sofrendo da síndrome da folha de papel em branco.