O semi-árido e Israel
Desde que foi criada a SUDENE em 1959, incontáveis bilhões de Reais já foram gastos na Região Nordeste para manter a população local num curral eleitoral.
A tão conhecida indústria da seca, oficialmente aceita como “normal”, tem feito valer sua filosofia.
Para a manutenção da exploração do nordestino, até os órgão de pesquisa e extensão foram estruturados para desenvolver um sistema de trabalho ineficaz do ponto de vista econômico e social mas, muito eficaz para atender interesses escusos.
Essa estrutura de exploração conta com apoio também do Banco do Brasil e Banco do Nordeste, que desde os governos militares estão orientadas para o enxugamento de gelo, ou melhor, irrigação do deserto com canequinhas.
Agora, depois de cinco décadas de pouca vergonha, se fala em trazer técnicos de Israel para nos orientar.
Se por um lado essa notícia nos sugere alguma boa intenção, por outro mostra o quanto somos insensíveis diante do sofrimento de nossos irmãos e o quanto somos incompetentes para resolver nossos problemas.
Depois de tantos anos não deveríamos ter que passar a vergonha de recorrer a estranhos para nos orientar em providências relativamente simples como essa e que mais uma vez expõe ao mundo o quanto somos egoístas e maus.