Existem mulheres que não deveriam ter filhos, que não nasceram para dividir atenção e amor com ninguém, que não tem a menor idéia do que é instinto maternal. Se você acha impossível uma mãe não sentir nenhum tipo de empatia pela própria cria, então provavelmente ainda não conheceu uma mãe narcisista, não que seja fácil reconhecer alguma de imediato, mas elas existem desde os tempos remotos.
Imagine o quanto uma criança concebida por alguém incapaz de amar consegue suportar, rejeitada do nascimento até o fim de seus dias, se questionando a razão de não ser amada. Mães narcisistas são pessoas egoístas, que necessitam ser admiradas, não admitem questionamentos, são donas da verdade e não medem esforços para reinar absolutas. Doa a quem doer, elas sempre vão estar certas. São tóxicas, podem ter engravidado sem desejar, para cumprir o papel social ou para ser parte de algum grupo que julgasse conveniente. A gravidez é um momento em que a mulher torna-se o foco das atenções, e a mãe narcisista gosta disso, já no nascimento a luz recai sobre o bebê e a mãe precisa se recolher aos bastidores.
Algumas vezes a criança é usada para exibir o suposto cuidado da mãe, lembre-se que ela adora receber elogios, ser admirada e alvo de todas as atenções.
Em público ela é capaz de comover qualquer platéia com demonstração de afeto, que não vão além de um figurino planejado. Compreenda que as filhas são rivais, alguém para dividir a atenção, que não foram planejadas nem são bem vindas.
Durante a infância, na tentativa de obter mais atenção e aprovação, esse filho vai passar por situações de humilhações que irão minar sua autoconfiança, tornando-o cada vez mais submisso às manipulações da mãe, transformando-se num adulto dependente, confuso e infeliz. Dessa forma terá grande dificuldades para se libertar da relação doentia, até porque é muito difícil para um filho aceitar que jamais será querido, que nada do que fizer irá melhorar essa situação, que a convivência familiar é destrutiva e doentia.
Manipuladora, cruel, egocêntrica, capaz de humilhar, mentir, inventar e planejar estratégias dignas de um filme de terror. Sem exagero, como admitir que sua mãe é assim? Como compreender que não há nenhuma saída, além de se afastar dessa pessoa, que deseja seu mal e quer te destruir? Uma mãe que inveja e sente ciúmes da juventude da moça com o próprio pai, enxergando uma rival e não uma filha?
A coisa fica ainda mais complicada quando existem irmãos, e um desses irmãos é amado, tornando-se o ‘’menino dourado’’, um filho que inicialmente pensamos que foi afortunado com o amor materno. Mas esse amor não é uma bênção.
Lembro sempre de Cristiane, uma amiga de infância, muito gordinha e extremamente tímida, e que até hoje parece um bichinho acuado. Ela e o irmão gêmeo se mudaram para o bairro bem novinhos, mas a gente achava estranho a forma como dona Suely tratava os filhos, mesmo assim nunca ninguém fez nada para ajudar Cristiane. Sabe aquelas italianas brabas, que falam berrando e se tiver que bater no meio da rua, faz sem dó nem piedade? Era a mãe de Cristiane e Albertinho.
A criançada morria de medo e quando ela saía gritando o nome dos filhos, era uma debandada geral, mas sempre a Cris apanhava e o irmão era poupado. No Natal dava pena ver a cara de tristeza da menina, enquanto Albertinho exibia uma bicicleta que deveria ser compartilhada, Cristiane escondia um joguinho de pega varetas. E o final foi dessa história foi bem triste: o rapaz se viciou no pó, gastou tudo que a família tinha, entrou no crime e acabou preso. Cris até hoje cuida da mãe, que continua maltratando, xingando e batendo nela.
Há quarenta anos ninguém admitia que uma mãe pudesse maltratar a cria, e ninguém ousava se meter nestas situações de profundo constrangimento, onde a vítima não fazia a menor idéia da razão de tanta violência. Uma mãe narcisista manipula o sentimento de culpa, fazendo a filha acreditar que nunca fez o suficiente; desta forma cria a falsa expectativa que um dia serão felizes juntas.
Anos e anos sob o jugo dessas mães, sofrendo todo tipo de maus-tratos e castigos, enfraquecendo a vontade própria, incutindo o medo e fazendo com que essas mulheres questionem até a própria sanidade mental. Quais as consequências de uma existência tão devastadora? Muitas mulheres, filhas de mães narcisistas, desenvolvem doenças raras, autoimunes, de difícil diagnóstico, como a fibromialgia, síndrome de sjogren, hipotiroidismo, lúpus, síndrome da fadiga crônica.
Somente essas filhas que conseguiram sobreviver podem responder, Paulinha é uma delas, desde a adolescência apresentava sintomas de síndrome de sjogren, levou anos para confirmar o diagnóstico.
Paula nasceu em uma casa de prostitutas, numa cidade pequena no interior do Paraná, a mãe contava que nunca deixou de fazer a vida, e só deixou de trabalhar para parir. Duas semanas após o parto, a criança foi deixada na varanda da casa do suposto pai, que era casado e não sabendo o que fazer com o bebê, pediu ajuda para uma prima que estava de passagem na cidade. Essa mulher tinha dois filhos e não podia ter outros, como sempre quis uma menina, levou Paula e adotou como se fosse filha natural. Final feliz? Nada disso.
Anos mais tarde a mãe biológica apareceu querendo um pagamento ou a garota de volta, a família pagou para ficar com Paulinha. Passaram-se mais alguns anos, a moça se formou e estava de casamento marcado, ninguém nem lembrava da adoção, e quem reapareceu? A mãe biológica. Desta vez fazendo-se de vítima, doente e arrependida. Querendo fazer as pazes com a filha, implorando perdão e cuidados. O erro de Paulinha, foi ser bondosa e crédula, acolheu a mãe supostamente fragilizada com o maior carinho em sua casinha recém montada. Neste ponto a história fica pesada.
No começo Dora, a mãe biológica era humilde e fazia tudo para agradar, contava que a vida havia sido muito difícil, falava e falava até convencer a filha, que passou a confiar cegamente na mãe biológica. Paula se afastou da família adotiva, por acreditar que a estavam implicando com Dora, e este foi o começo de uma série de confusões. Nesta época Paula, que já vinha apresentando vários sintomas, piorou muito e apesar de consultar vários médicos, nenhum conseguia descobrir o que ela tinha.
Dora tentou assediar sexualmente o futuro genro, sem sucesso começou a sugerir que o rapaz tinha outras mulheres, fazendo Paula acreditar que não era suficientemente atraente, por viver sempre doente e cansada. Criou situações até destruir todas as amizades da filha, mentindo e enganando com facilidade. Dora passou a mandar e desmandar na vida da moça, que só se deu conta que havia alguma coisa errada, quando o noivo deu o ultimato: o casamento ou a mãe biológica.
Confrontada, Dora à princípio se fez de vítima, mas desta vez Paula mandou a mãe de volta para o interior. Custou caro, Dora não saiu de mãos vazias.
Esta história aconteceu há vinte anos, e até hoje Paula sofre com os pedidos constantes de ajuda financeira, intrigas e problemas com os meio irmãos. Ela não consegue cortar os laços com a mãe narcisista, mesmo tendo consciência que não é uma relação saudável.
A sensação emocional que essas mães transmitem é que por mais que se esforcem, as filhas jamais conseguirão ser melhores que elas, nunca serão tão bem sucedidas quanto às mães, sejam qual for o quesito. O esforço contínuo em tentar agradar, a aceitação e obediência não são reconhecidos, não há nada para esperar dessas mães além de uma vida profundamente vazia.
Imagine o quanto uma criança concebida por alguém incapaz de amar consegue suportar, rejeitada do nascimento até o fim de seus dias, se questionando a razão de não ser amada. Mães narcisistas são pessoas egoístas, que necessitam ser admiradas, não admitem questionamentos, são donas da verdade e não medem esforços para reinar absolutas. Doa a quem doer, elas sempre vão estar certas. São tóxicas, podem ter engravidado sem desejar, para cumprir o papel social ou para ser parte de algum grupo que julgasse conveniente. A gravidez é um momento em que a mulher torna-se o foco das atenções, e a mãe narcisista gosta disso, já no nascimento a luz recai sobre o bebê e a mãe precisa se recolher aos bastidores.
Algumas vezes a criança é usada para exibir o suposto cuidado da mãe, lembre-se que ela adora receber elogios, ser admirada e alvo de todas as atenções.
Em público ela é capaz de comover qualquer platéia com demonstração de afeto, que não vão além de um figurino planejado. Compreenda que as filhas são rivais, alguém para dividir a atenção, que não foram planejadas nem são bem vindas.
Durante a infância, na tentativa de obter mais atenção e aprovação, esse filho vai passar por situações de humilhações que irão minar sua autoconfiança, tornando-o cada vez mais submisso às manipulações da mãe, transformando-se num adulto dependente, confuso e infeliz. Dessa forma terá grande dificuldades para se libertar da relação doentia, até porque é muito difícil para um filho aceitar que jamais será querido, que nada do que fizer irá melhorar essa situação, que a convivência familiar é destrutiva e doentia.
Manipuladora, cruel, egocêntrica, capaz de humilhar, mentir, inventar e planejar estratégias dignas de um filme de terror. Sem exagero, como admitir que sua mãe é assim? Como compreender que não há nenhuma saída, além de se afastar dessa pessoa, que deseja seu mal e quer te destruir? Uma mãe que inveja e sente ciúmes da juventude da moça com o próprio pai, enxergando uma rival e não uma filha?
A coisa fica ainda mais complicada quando existem irmãos, e um desses irmãos é amado, tornando-se o ‘’menino dourado’’, um filho que inicialmente pensamos que foi afortunado com o amor materno. Mas esse amor não é uma bênção.
Lembro sempre de Cristiane, uma amiga de infância, muito gordinha e extremamente tímida, e que até hoje parece um bichinho acuado. Ela e o irmão gêmeo se mudaram para o bairro bem novinhos, mas a gente achava estranho a forma como dona Suely tratava os filhos, mesmo assim nunca ninguém fez nada para ajudar Cristiane. Sabe aquelas italianas brabas, que falam berrando e se tiver que bater no meio da rua, faz sem dó nem piedade? Era a mãe de Cristiane e Albertinho.
A criançada morria de medo e quando ela saía gritando o nome dos filhos, era uma debandada geral, mas sempre a Cris apanhava e o irmão era poupado. No Natal dava pena ver a cara de tristeza da menina, enquanto Albertinho exibia uma bicicleta que deveria ser compartilhada, Cristiane escondia um joguinho de pega varetas. E o final foi dessa história foi bem triste: o rapaz se viciou no pó, gastou tudo que a família tinha, entrou no crime e acabou preso. Cris até hoje cuida da mãe, que continua maltratando, xingando e batendo nela.
Há quarenta anos ninguém admitia que uma mãe pudesse maltratar a cria, e ninguém ousava se meter nestas situações de profundo constrangimento, onde a vítima não fazia a menor idéia da razão de tanta violência. Uma mãe narcisista manipula o sentimento de culpa, fazendo a filha acreditar que nunca fez o suficiente; desta forma cria a falsa expectativa que um dia serão felizes juntas.
Anos e anos sob o jugo dessas mães, sofrendo todo tipo de maus-tratos e castigos, enfraquecendo a vontade própria, incutindo o medo e fazendo com que essas mulheres questionem até a própria sanidade mental. Quais as consequências de uma existência tão devastadora? Muitas mulheres, filhas de mães narcisistas, desenvolvem doenças raras, autoimunes, de difícil diagnóstico, como a fibromialgia, síndrome de sjogren, hipotiroidismo, lúpus, síndrome da fadiga crônica.
Somente essas filhas que conseguiram sobreviver podem responder, Paulinha é uma delas, desde a adolescência apresentava sintomas de síndrome de sjogren, levou anos para confirmar o diagnóstico.
Paula nasceu em uma casa de prostitutas, numa cidade pequena no interior do Paraná, a mãe contava que nunca deixou de fazer a vida, e só deixou de trabalhar para parir. Duas semanas após o parto, a criança foi deixada na varanda da casa do suposto pai, que era casado e não sabendo o que fazer com o bebê, pediu ajuda para uma prima que estava de passagem na cidade. Essa mulher tinha dois filhos e não podia ter outros, como sempre quis uma menina, levou Paula e adotou como se fosse filha natural. Final feliz? Nada disso.
Anos mais tarde a mãe biológica apareceu querendo um pagamento ou a garota de volta, a família pagou para ficar com Paulinha. Passaram-se mais alguns anos, a moça se formou e estava de casamento marcado, ninguém nem lembrava da adoção, e quem reapareceu? A mãe biológica. Desta vez fazendo-se de vítima, doente e arrependida. Querendo fazer as pazes com a filha, implorando perdão e cuidados. O erro de Paulinha, foi ser bondosa e crédula, acolheu a mãe supostamente fragilizada com o maior carinho em sua casinha recém montada. Neste ponto a história fica pesada.
No começo Dora, a mãe biológica era humilde e fazia tudo para agradar, contava que a vida havia sido muito difícil, falava e falava até convencer a filha, que passou a confiar cegamente na mãe biológica. Paula se afastou da família adotiva, por acreditar que a estavam implicando com Dora, e este foi o começo de uma série de confusões. Nesta época Paula, que já vinha apresentando vários sintomas, piorou muito e apesar de consultar vários médicos, nenhum conseguia descobrir o que ela tinha.
Dora tentou assediar sexualmente o futuro genro, sem sucesso começou a sugerir que o rapaz tinha outras mulheres, fazendo Paula acreditar que não era suficientemente atraente, por viver sempre doente e cansada. Criou situações até destruir todas as amizades da filha, mentindo e enganando com facilidade. Dora passou a mandar e desmandar na vida da moça, que só se deu conta que havia alguma coisa errada, quando o noivo deu o ultimato: o casamento ou a mãe biológica.
Confrontada, Dora à princípio se fez de vítima, mas desta vez Paula mandou a mãe de volta para o interior. Custou caro, Dora não saiu de mãos vazias.
Esta história aconteceu há vinte anos, e até hoje Paula sofre com os pedidos constantes de ajuda financeira, intrigas e problemas com os meio irmãos. Ela não consegue cortar os laços com a mãe narcisista, mesmo tendo consciência que não é uma relação saudável.
A sensação emocional que essas mães transmitem é que por mais que se esforcem, as filhas jamais conseguirão ser melhores que elas, nunca serão tão bem sucedidas quanto às mães, sejam qual for o quesito. O esforço contínuo em tentar agradar, a aceitação e obediência não são reconhecidos, não há nada para esperar dessas mães além de uma vida profundamente vazia.
A melhor chance de ser feliz, verdadeiramente feliz e amada, é se afastar definitivamente e aprender a viver a própria vida. Pode parecer radical, mas foi assim que muitas mulheres conquistaram o direito à felicidade. Se for preciso pedir ajuda profissional, e eu acredito que a terapia é uma necessidade para aprender a caminhar com as próprias pernas, por quê não buscar esse apoio? E devagar, passo a passo, trabalhar a autoestima, auto compaixão, a bondade e o amor próprio; até estar forte o suficiente para se libertar. Vai valer a pena, nunca é tarde para ser feliz.