Vítimas do Cotidiano

Outro dia na estação, esperando o trem chegar, percebi que em meio à multidão muitas pessoas vêm e vão, imperceptíveis em meio as outras. Entre tanta correria do dia-a-dia, os rostos passam despercebidos. Quantas vezes alguém talvez já tenha passado ao lado de um futuro amor, amigo ou colega. O acaso é invisível aos olhos do interprete. Dias cheios demais, com tempo de menos, esse é o cotidiano vivido. Os momentos deveriam ser observados e os detalhes em volta requerem um pouco de atenção.

Na minha humilde opinião, deveríamos perceber que não somos o centro e sim que somos uma pessoa entre sete bilhões, todos num único planeta entre outros oito, em somente um sistema solar entre 100 bilhões de sistemas planetários, em apenas uma galáxia entre milhares. Entender que somos poucos e despercebidos seres que anseiam o foco de si, pensando muito em nós mesmos. Não digo que não precisamos de um cuidado próprio, mas você já se perguntou como está o bem-estar dos seus pais hoje? Ou de um desconhecido que passou por você na rua? Já deu carinho para o seu animal de estimação? E até mesmo viveu, de verdade, hoje?

Não se trata apenas sobre o ego que temos, mas sim em conciliar a nossa existência com os outros. Alguém talvez esteja precisando de um “como foi seu dia?” ou talvez um “oi, está tudo bem?”. Algumas pessoas só precisam de alguém que as escute.

Joana Born e Talia Freitas
Enviado por Joana Born em 03/11/2018
Reeditado em 25/03/2020
Código do texto: T6493906
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