ELEMENTOS PRIMORDIAIS
A vida é como um rio, nunca para; é como tempo que sempre vai em paralelo com o espaço que flui infinito arrastando no cosmo os elementos fundamentais para a concretude e abstração essenciais para o aparecimento da matéria no fluxo do caos a partir de onde tudo se iniciou e agora escorre perene para a boca invisível de incontáveis buracos negros inabaláveis.
Onde se pensa que não existe nada é ali que está o que realmente interessa e é necessário; o éter, é bem ali que é guardado os segredos da matéria e dos desejos dos viventes. É no éter que fica registrada e arquivada a energia que emana de todas as ações dos viventes de todas as dimensões. Esse registro é o que permite que de tempos em tempos, aqui na terra, haja um explosão de conhecimento, ciência e tecnologia que leva a civilização ao seu auto extermínio num retrocesso barbárico ao ponto do quase desaparecimento de qualquer resquício de humanidade nesse globo azul safira perdido num dos braços externos da Via Láctea.
Aqui a vida flui turbulenta, numa agonia em câmara lenta, se arrastando numa tragédia num circo de horror que flui num rodopio de vinte e quatro horas eternas que nunca se acaba, se recicla em correntes revoltas do rio da vida que se revolve levando tudo de roldão no espaço sem fim enquanto a vida miserável de humanos é o alimento do cosmo que depois de digerido vomita como poeira de estrelas.
Esse rio cósmico que corre do infinito ao além é a monumental centrifuga que guarda, mistura e expele os elementos primordiais que permite o aparecimento miraculoso e sobrenatural de tudo o que existe.