"O Brasil é uma República Federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus”. (Oswaldo de Andrade).
Que hoje celebram-se o dia dos que se foram, todos sabem. Muitos inspirados em suas cosmovisões religiosas fazem lembranças a entes queridos dos quais esperam rever em algum dia longínquo - a esperança para aqueles que possuem metafísica é um bálsamo.
Sem embargo, não quero falar dos nossos mortos. Que eles me perdoem a falta de deferência. Quero fazer um libelo contra os ausentes sociais que ainda estão vivos. Sim, refiro-me ao povo negro, favelado, homossexuais, indígenas, quilombolas, operários. Ainda que vivos, amarguram o terror sub-humano do esquecimento; são párias de uma sociedade marcada pelas injustiças sociais nos seus 518 anos de História.
Diante de declarações polêmicas do futuro presidente eleito temo pelo futuro incerto do Brasil. A fauna, a flora e o nosso ecossistema devem ser respeitados, já que eles são peças preciosas da nossa formação brasílica. A natureza dos trópicos nos dão o caráter da nossa raça mestiça, livre e profundamente marcada pelo espontaneísmo social.
Sonho em viver em uma sociedade com menos ausentes, mais inclusiva e com maior equidade. Onde a produção dos múltiplos afetos virem rotinas e o silêncio das armas sejam finalmente superados. Que os choros das mães que perdem seus filhos não mais repitam-se. Que a educação pública seja direito e não apenas um óbolo indigno aos filhos dos mais humildes.
Creio, ainda, nessa utopia. Sonho o mesmo projeto que o professor Darcy Ribeiro dizia para o Brasil: “nosso país será uma nova Roma”! Otimismo exacerbado? Não.
Resistir! Esse é o verbo que moldará nossas vidas doravante.