A VERDADE E O INDEFINIDO UNIVERSAL. 12

A verdade não é gosto de muitos, mas sua busca é frenética, pois sempre foi quase nada conhecida. Se conhecerão sempre poucas “realidades” verdadeiras. Tudo é indefinido, nada é absoluto no núcleo da vida em geral, e se tudo é indefinido não há verdade exata, diga-se, nem no que seja aparentemente exato, aritmético, matemático como em Descartes. Nunca houve. Existimos, nos basta. Se duvidamos e disso somos conscientes já é muito. Aceitar o inevitável, o que somos, como vivemos e o que conseguimos dentro de nossas limitações.Não é possível ir além do que somos e lamentar o que não somos nem conseguimos, cada um tem jornada definida.A realidade é dura, mas é intransponível.

Nunca ninguém nada saberia, a não ser uma ou outra fragmentação de verdade que lhe melhorasse a vida e a sobrevida. Como na ciência e tecnologia. E ao que chegamos? A quase nada como felicidade geral e relativa. Vamos vivendo e muitas vezes retrocedendo, sem perceber com qual velocidade passa a vida, se muito vivemos e chegamos a olhar para trás. Nessa equação que é sortilégio, vida, o ontem é quase hoje, e o futuro, disso estou certo, é socrático, verdade absoluta, muito pouco revelará, pois “nada saberemos” do que é principal. O surgimento da vida não está explicado, menos ainda o pensamento, uma corrente elétrica neuronal. Só isso. Sócrates encontrou a verdade inevitável, nada sabemos, nem saberemos do que é colocado como núcleo da existência, origem. Não há como respirar evolucionismo, sempre irrazoável, o criacionismo se baliza no "nada sabemos". É a metafísica que se envolve na fé.

Desígnios do desconhecido determinados vedar, a razão do Primeiro-Movimento, da Causa-Eficiente de tudo. Isso somente se percebe.

Habitamos um pontinho do cosmos, que segundo o “Livros dos Livros” era informe e vazio. Quanto de vazio e quanto de informe? Nunca ninguém saberá, demos curtos passos em milênios de existência, como seres “organizados”, resvalando da espécie animal para a espécie que pensa, para alcançarmos que existe uma bactéria em outro planeta, logo bactérias, que são assexuadas e têm um outro sistema de vida diverso do nosso em multiplicação.

E assim o pobre homem, ser maravilhoso e ao mesmo tempo pretensioso, inventou sistemas, ideologias, mecânicas de “verdades necessárias” que se mostraram desnecessitadas, inermes e inertes de proposições definitivas, de resultados, capengas na busca da realização, alcançando o “nada” para sua plenitude, milhares morrendo de fome com o alimento ao seu alcance, ainda assim ausentes de solidariedade, privados de primeiros socorros médicos e de higiene, e o fantástico ser humano explicando fisicamente, quanticamente, que nada mais somos que um empurrão,como imãs e posição contrafeita, sistema energético agregado que nem com toda agregação formulada consegue se agregar em torno do bem de todos, do propalado bem comum, e outros, em total pobreza interior pensaram meios e modos de haver igualdade retirando liberdade, vazios de conteúdo mínimo, subindo de onde nunca poderiam descer, logo que a queda surgiu quando nasceram, capazes de se afirmarem como primeiros em cumeadas que não atingiram, pois nada fizeram, nada mais do que qualquer um poderia fazer e melhor, afirmações com “alicerce” em suas “grandiosas iniciativas” em todas as áreas, principalmente dos Estados, ínfimas de forma e mérito na história da humanidade, carregadas pelas marés do momento, isolacionistas e bafejadas pela sorte episódica, que nem mesmo néscios deixam de enxergar.

E o pior, essa busca enegrecida pela ausência de Lei Moral, rastreada no conhecido lado negro da vida humana, crime e fraude, nunca conseguiu ver vida liberta e digna de respeito no Planeta Terra fracionado, quando agora se sabe o mínimo em termos de nada sabermos. Há um mundo novo além de tacanhas vaidades que Sócrates, o “mendigo”, já conhecia nos primórdios, sem nunca ter dito que nunca ninguém sabia tanto como ele. Esse tanto é que ele sabia, que nada sabemos.O que já ouvi de “celebridades” quanto à importância que se dão não me incomoda, ao revés, me dá pena, são tudo, sabem tudo, são mais importantes que personagens como Cristo-Jesus, nunca ninguém fez mais do que fizeram e outras aleivosias, e acabam na prisão, no cárcere, e não se convencem do que são.

Estão convencidos, muitos do que são este “tipos” alegóricos. Pobres de tudo.

Fiquem com suas “aleivosias”, e as ensinem aos seus pupilos da mesma linhagem. Abrigada por escritores oitocentistas, nasce do árabe hispânico o vocábulo originado do árabe clássico, que significa defeito. Mas eu suponho que vivam com elas, aleivosias, no turbilhão das certezas incertas. Esses são os que menos sabem do tudo que nada sabemos, e nem do pouco que se conseguiu saber.

Não seriam essas bactérias em forma de gente que infestam o Brasil? E todos continuam dizendo um tudo que é nada. E dizem...dizem...

O mundo contorce-se em convulsões. Vê-se não só agora a crua desumanidade nascida da ausência da divisão pelos mais ricos e seus resultados, os ricos estão se consumindo em suas próprias raízes. Eviscerados olham suas podres entranhas. Gastaram demais ou estão comendo suas próprias entranhas, envenenadas nos estertores da economia mundial que tropeça a cada passo? Sim, já aconteceu outras vezes, não com tanta expressão. É preciso aceitar também que todos são diferentes como potencialidades e iguais como pessoas. Já é um grande passo, aceitar o inevitável, o que se sabe sobre nós mesmos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 02/11/2018
Reeditado em 14/01/2019
Código do texto: T6492788
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