CARNAVAL EM CÓRDOBA
Em 1960 formamos um escrete para irmos tocar na Argentina. Necessário esclarecer que na linguagem dos músicos escrete significava juntar alguns músicos que não tocavam frequentemente juntos. Entretanto tínhamos experiências suficientes para executarmos nosso trabalho.
A nossa formação era composta por baterista, ritmista, guitarrista, acordeonista, trompetista, trombonista e eu na parte vocal.
O Juvencil, trombonista, era uma simpatia e um excelente músico. Fazia um enorme sucesso com as mulheres e com a meninada em geral.
Certa ocasião quando o trem que viajávamos parou numa estação e um grupo de meninos viu o trombonista, começou a pular e a gritar:
“ -PELÉ, PELÉ, PELÉ!”
Nos finais de baile nós costumávamos fazer um lanche. Foi numa dessas ocasiões que pensando que desempenhava suficientemente o espanhol pra me fazer entender lasquei:
“- Senior, por favor, da-me um perro caliente!”
A resposta foi uma risada geral que acabou com as minhas pretensões de me comunicar com a língua de Gardel.