Quando minhas lágrimas entram em cena
Aprendi com meu querido e saudoso pai, Gerd Silbiger, a não represar as lágrimas.
Lembro bem dele se emocionando com coisas frugais, com a voz embargada e os olhos úmidos, brilhantes, tendo um fio de lágrima escorrendo do canto deles.
Essa emoção aflorava em papai especialmente em alguns momentos com seus dois filhos.
O tempo foi caminhando, ele se foi sem dar tchau pra mim, e hoje vira e mexe me emociono - em particular nas situações em que minha mulher Quézia, filhos, Júlia e David, ou minha cachorrinha Mel estão diretamente envolvidos.
Tem gente que acha isso babaca, infantil, fora de propósito - um cara já de cabelos brancos tomado por uma emoção numa cena em família.
Talvez até achem ridículo.
Não me incomodo.
Quando o momento encosta na minha alma não dá outra: deixo a emoção estrear com toda pompa que tem direito.
Dura poucos segundos, mas é de uma verdade absoluta.
Acho que quanto mais velho vou ficando, mais emotivo me tornarei.
Que tenha o maravilhoso privilégio de permitir minha alma ser tocada tantas e tantas vezes, até o sangue se cansar de correr pelas minhas veias.