UMA NOITE NOS QUARA

Eu era um jovem com mais ou menos 18 anos de idade quando o Toninho Seresta, que era amigo da minha família, sabendo que eu gostava de cantar, me convidou pra dar uma canja no Vila Sueca, Cabaré que mais tarde mudou o nome pra Clube dos Quarenta.

Só muito tempo depois é que fiquei sabendo que os músicos que tocavam naquela casa eram conhecidos pelo nome de Breno Sauer e seu conjunto.

Estes fundamentavam a sua técnica e sonoridade baseados no famoso conjunto americano do Art Van Dame.

Eu não fui mal sucedido mas o meu repertório era muito primário pra me atrever a cantar com esses músicos.

Mas justificando o porque do Cabaré ser chamado clube dos quara era porque essa era uma linguagem dos malandros da noite.

Depois de frequentarmos quase todos os bares da noite eu e o meu amigo Marcos(ele de acordeom e eu de bateria)finalizávamos as noites nos Quara.

Os músicos da casa eram o Oscar na bateria e o Galo Véio na gaita.

A bateria era composta por uma caixa, um bumbo e um prato. Este era tão ruim que parecia que eu estava batendo numa tampa de panela.

Por incrível que pareça foi lá que eu aprendi a dançar com a mulher aranha.

Ela era chamada assim porque tinha uma bunda grande e se esparramava dançando dando a impressão que tinha umas seis patas ou mais.

Encerrávamos a noite no Restaurante Estoril, desnecessário dizer que pertencia a um Português.

A nossa refeição era um "pino" (croquete) uma "bocha"(almôndega) que eram altamente elogiada pelo Galo Velho.

Tal repasto era acompanhado por algumas doses de conhaque "Dreher"que não vinha acompanhado de nenhum certificado de garantia de um amanhecer sem dores de cabeça.

Gilberto Stone
Enviado por Gilberto Stone em 31/10/2018
Reeditado em 01/11/2018
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