OGRUPÃO DE SÃO VICENTE

O GRUPÃO DE SÃO VICENTE

“A história do Grupão começou no dia 10 de junho de 1893, no armazém de secos e molhados do capitão Antão Alves de Moura, onde um grupo de cidadãos vicentinos decidiu fundar a Escola do Povo. A maioria pertencia à Loja Fraternidade de Santos, que auxiliou no trabalho de construção do prédio.

A unidade chegou a funcionar provisoriamente na Praça João Pessoa (antigamente conhecida como Largo Batista Pereira) e na Rua XV de Novembro, antes de se transferir definitivamente para a Praça Coronel Lopes, em 1898.

Em 1913, a Escola do Povo passou a ser administrada pelo Governo do Estado, que resolveu ampliá-la, construindo um prédio em forma de U, dando fundos para a Avenida Padre Anchieta. Passou a ser denominada, então, Primeiro Grupo Escolar de São Vicente, com oito classes.” (Copiado do site “Histórias e Lendas de São Vicente”)

Em 1956, minha família, vinda de Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, voltou a morar na minha cidade de São Vicente. Meu pai alugou uma casa no então despovoado bairro do Catiapoã, lá pela quarta ou quinta rua paralela à linha férrea. As ruas eram de terra, quando chovia ficavam cheias de poças d´água, e fui matriculado no Grupo Escolar de São Vicente. Todas as salas de aula ficavam no corpo principal do prédio, do lado direito havia uma grande área coberta onde se formavam as filas para entrada em classe e os alunos passavam a hora do recreio. Não lembro de ter ficado em fila de espera ou alguma outra dificuldade para efetuar a matrícula. Aos poucos fui me integrando com os alunos e fazendo amigos.

Encontrei algumas dificuldades em geografia. Em Santo Ângelo aprendíamos sobre o Rio Grande do Sul e agora o objeto era o Estado de São Paulo. Mas as instalações eram muito boas, periodicamente os alunos eram encaminhados ao dentista em um consultório dentro do Grupo Escolar. O prédio era muito bem cuidado. Lembro que havia grandes bancos de madeira, pintados de verde, que eram utilizados para os declamadores e para a hora do recreio. Ocorre que antes de iniciar a aula, os alunos entravam em forma em ordem decrescente de altura e, cantavam hinos brasileiros conforme as datas e, muitas vezes, eram escolhidos pelas professoras os alunos que, subindo em um dos bancos, declamavam um texto ou uma poesia. Sempre havia um pequeno ritual e após, entrávamos em sala.

Minha família mudou para um casarão na esquina das ruas XV de Novembro e Benjamin Constant e tudo ficou mais fácil: pertinho da escola, do Tumiarú, região cheia de novos amigos.

Certo dia a professora me escolheu para declamar uma poesia em homenagem a um pintor chamado Vitor Meireles. Acho que eu era muito falante, mas nem imaginava quem seria esse tal de Vitor Meireles.

Dois ou três dias depois chegou a minha vez de subir no banco e, em altos brados, declamei, sem consultar o texto, o longo poema. Havia decorado tudo e, apesar de nervoso, cheguei ao final sem grandes problemas.

Merenda, na hora do recreio era servido um mingau ou algo parecido e mesmo assim não lembro se era todos os dias.

Na saída não havia a organização da entrada, e os alunos saiam correndo com uma gritaria generalizada. Não tinha nada de papai vir buscar, cada um ia para casa sozinho ou em grupos de colegas.

É isso aí.

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 31/10/2018
Reeditado em 22/09/2020
Código do texto: T6491137
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.