A VISITA DA PIMENTA E O ASSOMBRO
Resolvi ir ali no mercado municipal comprar um molho de pimenta caseiro, um dos bons que tem lá. Deixei a minha bicicleta no Salão do Pirex e sai a pé, e quando estava passando em frente ao Bar do Miro o meu amigo Brazuca me grita: –Eh Carneiro..! - Resolvi então encostar pra ver qual era a nova; foi quando vi o meu amigo Bitenka; dei lhe logo um abraço, apertei a mão do Brazuca que me cobrou uma visita na sua xácara que ele havia já me convidado a muito; fiz uma cara de arrependimento e ele perguntou: -Vai pra onde meu chegado..!- Respondi: -Vou comprar um molho de pimenta caseira ali no mercado. Brazuca abriu um sorrisão e me falou: -Tu não vai comprar não, por que eu vou te dar as pimentas pra você fazer um molho, mas você tem que ir buscar lá na xácara, por que eu não gosto de catar pimenta; falou ele gaiato.
De modo que então lá fui eu a tardezinha na chácara que fica lá por detrás do Sítio do Crica Bom. Cheguei lá peguei dois punhados de pimentas e ainda acompanhei o Brazuca numa inspeção do território, pois ele havia percebido um vulto passar por de trás de uma cerca. Brazuca pegou uma espingarda véia e saímos pra ver quem havia passado mas não encontramos ninguém; já quase anoitecia, peguei a minha magrela e saí, quando já estava quase saindo nas quatros bocas, já de noite, eis que percebo três motos vindo atrás de mim; encostei para a direita pros caras passar e ouvi um deles falando ainda atrás de mim: -Parece o Walquer Carneiro.- O outro retrucou: -É mesmo, ó.! E quando estavam passando por mim um outro disse: -Walquer Carneiro, que tu tá fazendo sozinho numa estrada dessa à noite?! Eu disse: -Tô solzinho não, tô com Deus!- E o cabra meio sarcástico perguntou: -Tem medo não? Tu é corajoso hem?!- No que eu retruquei exclamando: -Medo eu tenho toda hora, mas Deus é mais..!!-