QUANTO VALE 1 BEIJO ?!
QUANTO VALE 1 BEIJO ?!
"Do beijo que você me deu /
eu guardo até hoje o calor..."
ROBERTO CARLOS
(trecho de canção, anos 60)
Adão e Eva foram expulsos do Paraíso não porque comeram a "maçã proibida" mas, sim, porque descobriram que "estavam nus" e danaram-se a pecar, começando "tudo" por um escandalosos beijo, que arrepiou as asas de arcanjos e querubins que assistiram àquela "tortura". Tanta "pouca vergonha" -- e, pior, com as"vergonhas" à mostra -- o Todo-Poderoso não ía admitir em seus domínios... apesar do tal "paraíso" ser aqui na Terra, provavelmente "na ilha de Vera Cruz".
Os beijos, desde então, são a porta de entrada (?!) de todo o resto... que nem sempre sucede, mas êles servem como sugestão, que ninguém me contrarie. Ainda que homem e mulher tenham surgido "do barro" -- são várias as crenças milenares a sugerir algo parecido, o Judaísmo não inovou nessa área -- a presença do "homo sapiens" nesse globo terrestre com 4 BILHÕES de anos, segundo alguns cientistas, é muito recente e sua real origem ainda não foi totalmente esclarecida.
Antes que algum evangélico "de plantão" me recrimine -- católicos são mais condescendentes -- é bom que se saiba que hebreus (ou judeus) levados em cativeiro para a Babilônia, durante 70 longos anos, terminaram na Pérsia, libertados pelo rei Ciro. Vem de lá boa parte dos "conceitos" adotados pelo Cristianismo -- anjos, imortalidade da alma, Juízo Final, ressurreição dos mortos e muito mais -- que tinha no mago Zaratustra (ou ZOROASTRO) o nome maior do antigo Irã.
"O Cristianismo foi buscar mais coisas a essa religião do que ao Budismo ou Bramanismo. É da Pérsia que nos vem a noção de consciência". (in pag. 200, do livro "Além da Ciência - PRÉ-HISTÓRIA E ANTIGUIDADE", Otto Pierre Editores, 1982 - RJ, sem autor definido) Tudo indica que a história inteira do menino-deus, chamado "Cristna" (que significa "Sagrado", em sânscrito) nascendo num curral está nas lendas hindus, filho da virgem Devanagui, perseguido pelo tio, o Rajá tirano de Madura, que ordenou matar todos os meninos recém-nascidos, só para evitar que Cristna lhe tomasse o trono, no futuro.
Mas este não é um ensaio sobre religiões, trata-se de uma crônica sobre beijos... dados, vendidos, "roubados". Só nos antigos filmes americanos se via "barraquinha de beijos", algo inacreditável em qualquer tempo, principalmente numa época tão "quadrada" como a dos anos 40 e 50, mesmo nos Estados Unidos de Woodstock e do "Flower Power". Beijo comprado só o dos cabarés, lupanares, "zonas", bordéis, "casas de madame" com moçoilas seminuas "se oferecendo".
Já beijo "roubado" é coisa rara e, em geral, a jovem quase sempre devolve a ousadia com um sonoro tapa. Nos filmes de "farwest" havia aos montes e a gente vibrava quando a "dondoca", filha mimada do rico fazendeiro, era agarrada à força pelo cowboy machão e "chupada" por longo tempo. Hoje em dia, daria cadeia pro valentão estúpido !
Tive um beijo roubado, inesquecível, no barraco onde nasci... não sei por quê motivo uma menina magrinha, charmosa e feminina -- qualidades inseparáveis, não há 1 sem a outra -- foi me procurar, de manhãzinha. Fingi estar dormindo, não queria atendê-la ! Entrou no exíguo imóvel, sala e quarto "conjugados", escalou o beliche com cuidado e me deu o beijo mais doce de minha existência. Se chamava "Gracinha" e morava "no 13", o Morro era "dividido" em "lotes" ou setores... nunca entendi o motivo daquilo, era vizinha de um amigo de"peladas" e jamais lhe dei algum tipo de esperança. Outros beijos mais, o do primeiro amor entre outros, estão arquivados na memória e NÃO TÊM PREÇO " Afinal, quanto vale 1 beijo ?!
"NATO" AZEVEDO (em 29/out. 2018)