Novo presidente.
Depois dos 21 anos de Regime Militar ( 1964-1985), iniciou-se o que chamam de " Nova República", com Tancredo Neves, que havia sido o primeiro ministro de João Goulart, eleito pelo voto popular. No entanto não foi empossado devido a um problema de saúde que se agravou, vindo a falecer às vésperas de assumir.
De 1985 até aqui, se passaram 33 anos, bastante tempo, embora pareça que foi ontem , uma época em que eu acreditava no povo deste país, hoje tão dividido . Mais do que sul e norte, o que está evidente, também entre classes sociais.
Ontem o Brasil colocou no poder um ex-capitão com ideias nada confiáveis, nem posso afirmar que seja ortodoxo, pois não segue coisa alguma além da suas convicções, muitas delas desastrosas. Seus passos foram articulados na reta final, e ele mesmo confidenciou que se consulta antes das falas, ele tem uma espécie de " grilo falante" em Brasília, que redige o seu discurso.
Até agora nada demonstrou que se trata de uma pessoa em que se possa fiar, e os jornais do mundo inteiro tem razão ao dizer que o Brasil elegeu o seu próprio " Trump".
Como se costuma dizer ; " Quem viver verá ". Não tenho uma bola de cristal, nem é preciso , vou fazer 65 anos em breve e a vida já me deu alguma escola, as pessoas não se modificam assim, que ninguém se iluda, com essa mentalidade que ele tem, vai errar tanto, mas tanto...que gastará mais tempo corrigindo do que conduzindo a nação.
O discurso de ontem, no final da noite já é uma amostra do pensamento primário que ele tem, o que ele disse é o discurso de um principiante, um colegial cheio de sonhos e fantasias, algo que eu falaria aos 18 anos, de quem não conhece o comércio exterior, e nem as relações diplomáticas, promete o que não sabe se conseguirá cumprir, pois " papel aceita tudo", a realidade é totalmente o oposto.
Já veio dizendo; " Não é bem assim, as pessoas deturpam o que digo, a mídia vai contra mim, não vou armar o povo, mas vejam bem, as pessoas tem o direito a se proteger...", deixando um discurso dúbio. "Vou governar para todos igualmente, não vou acabar com a Lei Rouanet, nem com a bolsa família...", e achei isso tudo muito esquisito, pois ele sempre remou ao contrário, abertamente e aos berros, para quem quisesse ouvir.
O PT se desgastou, porque tudo se desgasta um dia, até o rosto no espelho, nada neste mundo é para sempre, isso não existe. O desgaste foi justo também, erraram muito, mas isso não deve ser a mola para o oposto radical de uma suposta ditadura.
Não me apoio nos 45% que votaram contra o capitão, mas na estrutura sólida que Brasil tem ( isso mesmo), que não permite que um presidente se torne um imperador. Se o Congresso , o Senado e os Tribunais Superiores formam uma Torre de Babel, a forma de governo "não partidária" que ele adota, o matará politicamente.
Obs; Esta é a minha opinião, enquanto puder me expressar , não uma luta, pois sou apenas um cidadão sem força alguma, as minhas forças ( as que me restam), são para a minha família.