Será que o Messias chegou?
Soube hoje, vendo o noticiário do resultado das eleições, que o presidente eleito tem Messias no meio do nome.
Sem entrar no bizarro terreno da política, sem pré-julgar suas ações ao ocupar o Planalto e sem querer pregar dogmas de nenhuma religião, acho que nada temos a perder em acreditar nesse momento no seu discurso.
Pode ser que venhamos a dar a mão à palmatória, reconhecendo quando ele botar suas asinhas de fora que apostamos numa barca furada, que o Bolsonaro é da laia dos mais sórdidos e execráveis políticos que vêm infestando o rebanho brasilense.
Pode ser que as milhões de pessoas que nele votaram foram ludibriadas com o canto da sereia e esmigalharam seu senso crítico.
Pode ser o que você bem entender.
Agora, diante do irrefutável resultado das urnas, podemos simplesmente virar as costas e lavar as mãos diante da missão que começará oficialmente a ser cumprida em 1/1/19.
Podemos assumir a posição do contra, achando pelo em ovo em tudo o que ele falar, sugerir, rascunhar e fizer.
Ou podemos dar um crédito ao homem que, irrefutavelmente, ganhou a briga com Haddad, dura briga por sinal.
E imaginar que as intenções que ele bota boca afora vêm direto do coração e não são meramente assopradas por marqueteiros habilidosos e maquiavélicos.
Que é um cara que ama seu país, ama o povo que nele pisa e quer fazer o melhor que puder nos próximos 4 anos. Nada mais que isso.
Que nem ele, e nem os assessores que o cercam, estão imbuídos de interesses escusos, não querem só botar a mão na grana, e que vão exercer o ofício de servir com honestidade e decência, entendendo o dinheiro público como algo sagrado, a ser honrado até o último centavo.
Imagino se todos nós acreditarmos, pelo menos em princípio, que ele é um Messias que foi enviado pelos céus para consertar essa zona em que se transformou o Brasil - ou pelo menos consertar uma parte dessa zona, já seria de bom tamanho.
Caso o Capitão e seus asseclas pisarem na bola, se aprontarem alguma, podemos nos juntar aos alertas membros da oposição e cair de pau nele, sem a menor piedade.
Mas agora, enquanto o homem ainda não mostrou de fato a que veio, vamos dar um voto de confiança, crendo que sua "missão messiânica" tem o aval do Criador.
Que, ao final do seu show, vamos aplaudir de pé.
E não só vaiar, cuspir e jogar tomates podres em que estiver encima do palco.