Amizade de Deus!
Amizade de Deus
Vou me repetir em 28/10/2002.
Amizade se faz onde se faz. Seu espaço privilegiado é onde se realiza. Por isso, os seguidos depoimentos de amizades que se iniciaram nos mais diversos lugares: sob um temporal de janeiro; trocando pneu às margens de uma rodovia; no burburinho de um carnaval; na fila do SUS; pregado numa cruz.
Amizade, apesar do poeta, não é para ser guardada, nem para ser explorada no dia a dia, muito menos para se esnobar nas conveniências. Amizade é simplesmente para vivenciar o tempo inteiro da existência.
Amizade é interdependência narcísica – cada qual se reconhecendo no outro, incondicionalmente.
Amizade é participação, fruição, nunca determinação, qualquer que seja a natureza instantânea da existência: riqueza ou infortúnio. Amigo não é responsável direto por felicidade ou infelicidade. Amigo é co-participante de alegrias, de tristezas.
Assim deve ser a amizade dos homens, construção terrena, onde o homem com a diversidade, vive-se em êxtase mundana.
Assim é a amizade de Deus, construída no Jardim do Éden, onde o homem é sua imagem e semelhança, vive-se em delícias paradisíacas!
É falso soterrar milhares de vidas em nome da amizade de Deus, do mesmo modo, é mentiroso metralhar centenas de milhares por conta da igualdade entre os homens. O que se faz com tudo isso é meramente negar a responsabilidade dos homens pela sua determinação e acentuar a ausência de Deus do meio dos homens. Ele não é co-participante da fome de milhares; não participa da violência das grandes metrópoles; não frui a lascívia dos poderosos. Deus não determina, com sua onipresente potência, ataques terroristas, atentados psicóticos, retaliações inconseqüentes, muito menos interfere em resultados de futebol ou eleição para Presidente.
Apesar da bandeira, de “Deus acima de tudo”, o ora eleito, não foi eleito porque Deus quis, mas porque milhares de pessoas confirmaram o seu número.
Agora restará o trabalho árduo do seu governo para promover as sonhadas mudanças e que possamos construir juntos um mundo mais igual, apesar da diversidade; mais justo, ainda que com desigualdade. Mas sempre mundo humano, sem apelar para o Santo Nome do Senhor, para justificar resultados, quaisquer que sejam a sua natureza.
O reino de Deus não é neste mundo, aqui é o reino humano!