PARÚSIA. CARIDADE.
Uma nova estrutura, assim se espera, se projeta para o Brasil. A "Parúsia" é a ratificação de uma Luz Única. Evidentemente sem comparações, almeja-se essa nova estrada sem as conhecidas condutas alinhadas nos tribunais. Que a transformação possa expurgar as linhas indesejáveis que atravessaram as balizas dos direitos fundamentais de forma nunca vista e que prosseguem na sanha insana de tudo fazer para fixar um Poder repudiado pelos homens. Lembro a "Parúsia" prometida em artigo abaixo. A revolta e ataque aos símbolos cristãos são explícitas, desde lançar ao lixo Bíblia até expor crucifixos e imagens da Virgem de forma pornográfica e baixa. Estamos no fim do caminho, felizmente.
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"Dizemos que as emoções vêm do coração, mas é a mente que está ciente delas, pois é o centro de suas origens.
Chega o "solstício" e com ele a gradação da luz até seu ápice que vai passear por todo o verão. A volta do "interior de nós mesmos", tentando reduzir ao pó todas as visões errôneas, se impõe para o encontro imprescindível com o mundo em que vivemos, que guarda certa distância do mundo da consciência, "vijnana" em sânscrito, que é aquilo que "sabe ou experimenta".
É momento de ficar de frente para o zênite, clímax da caridade cristã que rememora e trás a boa nova, natal. Nesse dia se encontram todos os que se amam na plena chama da verdade que não pode sufocar sinceridades nem esconder falácias. Abrem-se os corações impulsionados pela mente. A sinceridade do Cristo não foi velada "falou abertamente ao mundo"; talvez tenha sido a única, por seu martírio silencioso, que tenha brotado exclusivamente do coração.
E o mundo sociabilizado em forma diversa da atual, naquela época - embora já bastante espalhado pelo Império Romano, onde até hoje seus vestígios são encontrados em ruínas que nos emocionam, vigorosas em saber e tradição, pedras milenares que ao nosso toque estremecemos de emoção - era um pequeno mundo.
Constantino em 313, tornou a seita minoritária nascida entre os judeus da Galiléia, os cristãos, uma das religiões do Império Romano. Cessava a partir desse momento a perseguição ao cristianismo. Foi graças a essa perseguição que pela revelação transcendente do chamamento do apóstolo Paulo nos foi revelado o maior gigante do cristianismo; Saulo, Paulo de Tarso, São Paulo.
Não houve indiferença do Pai, sentimento alijador, houve carinho e amor, do ódio surgiu a maior cátedra do cristianismo, as "Cartas de São Paulo". Foi na Antióquia, na Síria, que primeiramente nasceu uma comunidade nominada "cristã".
Perseguindo para aprisionar cristãos em Damasco, recebeu o preceptor maior do catolicismo, a sentença dos céus: " Saul , Saul, por que me persegues?", prostrado na terra o militar romano respondeu: " Quem és tu senhor?" , " Eu sou Jesus, a quem tú persegues". Nascia nesse momento o criador da "Parúsia", que teologicamente significa a segunda vinda do Cristo à terra descrita pelo apóstolo Paulo.
São Paulo é para o cristianismo o que foi Maquiavel para a política. São Paulo foi e é um gênio político. Sua visão determinou capacidades do cristianismo se adequar aos desafios e exigências contemporâneas, teologia centrada no poder da ressurreição que vence o maior desafio do homem, a morte, construindo princípios democráticos, investindo na solidariedade que caminha ao lado da caridade professada pelo Cristo.
Não há vertente laica, humanismo algum, à distância da doutrina de Paulo de Tarso; preferir ser apanhado pela injustiça do que concretizá-la, trabalhar a serviço do bem e da verdade, buscar valores espirituais ao invés de materiais, e toda essa ordem de seguimentos que faz do cristianismo e dos cristãos herdeiros involuntários de Platão, demonstram a caminhada em sentido contrário das outras opções desastrosas, onde se essas idéias não se transformaram em leis e regras sociais, coercitivas ou não, o poder se instalou pelo terror, pela ditadura, pela violência institucionalizada, pela morte, e pior, muitos assim procedem em nome de Deus.
E São Paulo exorta a humanidade fraterna respeitosa, fazendo par com seu semelhante, não excluindo ninguém do desvelo e carinho, do reconhecimento que se aproxima pela caridade, pela distância absoluta de qualquer forma de egoísmo, material e emocional, com quem quer que seja, e pede o trabalho de todos, e determina ser o trabalho a razão da vida, e é rigoroso com seu ensinamento na Epístola aos Tessalonicences, (2 Tes,3:7-10) : " Não comemos de graça nosso pão, mas com trabalho e fadiga, se alguém não quer trabalhar, não coma".
Tal sentença se abateu sobre todos que não observaram a força de sua sabedoria pelos séculos alcançados até nossos dias, bastando olhar a nossa volta, a história, as celebridades aquinhoadas e ancoradas em bens de família que se desgraçaram. Trabalhar para comer, ser útil e ser acima de tudo caridoso, pois devemos ser caridosos com os que vivem, pois tudo que vive é sagrado.
Esperamos que não necessitemos de uma "Parúsia", da volta do Cristo, vaticinada por São Paulo, para que haja trabalho do ser humano em favor da sociedade em geral e principalmente por parte dos que se investem em representação política, para produzir e ser humanista e acima de tudo, podermos repetir todos com a "Carta aos Coríntios", (13:1,2):
'E se eu tiver o dom da profecia e conhecer todos os mistérios....e se tiver toda a fé.... E NÃO TIVER CARIDADE, NÃO SOU NADA".
Celso Felício Panza.
Publicado na Revista FORUM.