Prefiro milk shake a check-up.

Amanheceu um dia lindo! Meu primeiro programa do dia: ir ao Laboratório fazer exames de rotina. Snif.

Acontece que eu O-dei-o ter que: parar de me alimentar com hora marcada, acordar cedo, sair em jejum e ainda por cima me manter de bom humor sentada na sala de espera do Laboratório de Análises Clínicas em frente à TV de plasma. (eles adoram plasma, já perceberam?)

Que programa! Esperar a minha vez sendo obrigada a ver e ouvir receitas culinárias, com detalhes e tragédias como se houvessem descoberto Marte!

Por mais que eu evite olhar, lá estavam eles e elas: reprisando: tragédias, futebol e comidas. E eu em jejum.

Ontem, por conta da ansiedade o meu sono sumiu.

Passava de meia noite quando tive a infeliz ideia de ligar a TV achando que fosse me distrair.

Em um canal, futebol, no outro também. Mantendo-me firme e confiante fui zapeando. Encontrei três filmes sangrentos, o noticiário falando das mesmas tragédias da semana passada, e mais três canais dando receita de quê? Comidas.

É obvio que nos próximos “Especiais” abordarão como grande furo de reportagem: dietas de emagrecimentos, propagandas de Spa e cirurgias plásticas.

Bem que tentei me distrair escrevendo, mas quem disse que pude me concentrar? Nunca havia reparado, mas do escritório dá pra sentir o cheiro de cada fruta que está na fruteira da cozinha: laranja, melão, maçãs, bananas... Eu nunca havia reparado que banana cheira à distância!

Salivando fui à cozinha, escolhi uma xícara de porcelana bem bonita e me servi de água morna; bebi como se fosse chá. Fechei os olhos e mastiguei “bolachinhas de saliva”.

Acordei às seis e meia. Mirei o potinho para líquidos e recolhi a amostra do sólido, etiquetei tudo e autografei. Que humilhação!

Ó céus! Logo eu que sonhei com noites de autógrafos! Me vejo sozinha no banheiro autografando potinhos de... Ahrrrrrrrr!

Saio de casa desconfiada e torço pra não encontrar nenhum conhecido.

Sinto-me estranhíssima em jejum, transportando “aquilo” na bolsa.

Mas, o pior está por vir: ter que “DAR o meu sangue”, no sentido literal, e ainda me mostrar simpática com a moça do Laboratório que não tem culpa de nada. Como são amáveis e risonhas! E eu que não estava achando graça nenhuma pensei: Ou são legítimas descendentes de Drácula ou sádicas.

Agora, eu aqui na sala de espera do Laboratório, com cara de sono, pra esquecer a TV (de plasma, que por aqui adoram) pego uma Revista que dá a programação de final de semana. O que descubro? Que os Restaurantes colocam anúncios em geral coloridos de quê? Todos os tipos de comidas!

Juro que nessa altura já estou arrependida de ter ido ao médico.

Depois de tudo, eu juro: tão cedo não faço outro check-up. Prefiro Milk shake.