O voto, passagem a uma viagem
Pensar que não votando, não votará, é mera ilusão: estará votando, sim, naquele que vai ganhar... Ou que, se omisso, não estará conosco, estará, sim, inevitavelmente, dentro do mesmo avião. Mesmo se caso planejasse “morar noutro país”, fugindo da nossa realidade, deixaria sua casa, sua terra, sua pátria, suas possibilidades profissionais a que tanto se preparou na escola e nas experiências do dia a dia, para sofrer como aqueles que se obrigaram ao exílio, expulsos do país ou escondendo-se da perseguição política, expatriados da “democracia”, quando, enquanto legítimos cidadãos e cidadãs, deveriam participar, com maior presença, da política do seu país. Há, nesse sentido, ameaças, prometidas e verbalizadas vendetas, soltas no ar do comício.
Já conversei com exilados: Paulo Freire e Chico Buarque, em Roma; Arraes, docentes e estudantes, em Paris. E também, em Itabaiana, com o ex-exilado Ministro da Justiça do então Presidente João Goulart, Abelardo Jurema que, às pressas, teve de deixar a família, filhos e filhas, suas funções profissionais, para esconder-se entre desconhecidos estrangeiros; passar por dificuldades para se sustentar, vendendo charuto a quem não queria fumar. Ouvindo-o, constatei que nenhum exílio substitui o direito ao aconchego da casa, das amizades, da cultura da sua nação. E do valor do voto, se não nos for subtraído da vida republicana... O voto é uma passagem a uma viagem, que poderá durar quatro anos, oito ou três vezes isso, se o piloto decidir, por força, não largar o manche para permanecer no seu “céu de brigadeiro”; então haja voo, haja nuvens.
Votar é escolher bem o piloto do avião. Dessa séria escolha dependerá sua sobrevivência, a dos seus ou a liberdade de nos livrar de eventual desastre. Por isso, ele não deve ser por simpatia, por religião, por cabresto, por dinheiro e voto comprado ou por quem quer mandar em você, exigindo que você vote em defesa dos interesses particulares de outrem. Mas, depois de pensar, refletir e comparar os candidatos, escolha um piloto hábil, competente, responsável, que saiba pilotar e respeitar os passageiros: igualmente homens e mulheres. Que, por “economia”, cumpra os reabastecimentos da aeronave, evitando a tragédia dos jogadores de Chapecó, mortos na planície da terra alheia. Com voto não se brinca; voto não se troca por favor, tampouco por capricho. Mas, em sã e cívica consciência, seu voto deve ser passagem a destino certo, confiável, confortável, e, para o bem de todos, feliz, até aterrissar no aeroporto do Bem Comum.
Pensar que não votando, não votará, é mera ilusão: estará votando, sim, naquele que vai ganhar... Ou que, se omisso, não estará conosco, estará, sim, inevitavelmente, dentro do mesmo avião. Mesmo se caso planejasse “morar noutro país”, fugindo da nossa realidade, deixaria sua casa, sua terra, sua pátria, suas possibilidades profissionais a que tanto se preparou na escola e nas experiências do dia a dia, para sofrer como aqueles que se obrigaram ao exílio, expulsos do país ou escondendo-se da perseguição política, expatriados da “democracia”, quando, enquanto legítimos cidadãos e cidadãs, deveriam participar, com maior presença, da política do seu país. Há, nesse sentido, ameaças, prometidas e verbalizadas vendetas, soltas no ar do comício.
Já conversei com exilados: Paulo Freire e Chico Buarque, em Roma; Arraes, docentes e estudantes, em Paris. E também, em Itabaiana, com o ex-exilado Ministro da Justiça do então Presidente João Goulart, Abelardo Jurema que, às pressas, teve de deixar a família, filhos e filhas, suas funções profissionais, para esconder-se entre desconhecidos estrangeiros; passar por dificuldades para se sustentar, vendendo charuto a quem não queria fumar. Ouvindo-o, constatei que nenhum exílio substitui o direito ao aconchego da casa, das amizades, da cultura da sua nação. E do valor do voto, se não nos for subtraído da vida republicana... O voto é uma passagem a uma viagem, que poderá durar quatro anos, oito ou três vezes isso, se o piloto decidir, por força, não largar o manche para permanecer no seu “céu de brigadeiro”; então haja voo, haja nuvens.
Votar é escolher bem o piloto do avião. Dessa séria escolha dependerá sua sobrevivência, a dos seus ou a liberdade de nos livrar de eventual desastre. Por isso, ele não deve ser por simpatia, por religião, por cabresto, por dinheiro e voto comprado ou por quem quer mandar em você, exigindo que você vote em defesa dos interesses particulares de outrem. Mas, depois de pensar, refletir e comparar os candidatos, escolha um piloto hábil, competente, responsável, que saiba pilotar e respeitar os passageiros: igualmente homens e mulheres. Que, por “economia”, cumpra os reabastecimentos da aeronave, evitando a tragédia dos jogadores de Chapecó, mortos na planície da terra alheia. Com voto não se brinca; voto não se troca por favor, tampouco por capricho. Mas, em sã e cívica consciência, seu voto deve ser passagem a destino certo, confiável, confortável, e, para o bem de todos, feliz, até aterrissar no aeroporto do Bem Comum.