É a hora do Estado se afastar da gente.

É a hora do Estado se afastar da gente.

O Brasil é farto em notícias que entristecem o povo. Ministros e mais ministros sendo afastados por denúncias de corrupção – nenhum preso infelizmente – ,nossos presidentes passeiam pelo mundo transbordando vaidades e sem noção do realmente fazem.

Enquanto por aqui, sai ministro, entra ministro e, em pouco menos de um ano desse governo seria difícil nos lembrarmos de quem realmente foi ou não substituído, de tantos que já deixaram o governo. Saiu, fechou o bico, todo mundo logo esquece. É o Estado protegendo o Estado.

Esta semana voltou à cena o velho Marcos Valério, síndico e administrador do Mensalão, no governo Lula. Isso porque uns sem noção da Bahia e Minas Gerais resolveram revolver o assunto das terras dadas em garantia ao governo para suportarem empréstimos milionários com dinheiro do povo. Dinheiro esse que poderia estar sendo usado para coisa séria como financiar a agricultura, melhorar a saúde, que vive à beira da morete, a educação que a cada ENEM é mais um novo escândalo e, por aí afora.

Sai ladrão entra ladrão, ninguém prende ninguém, e nada muda. No congresso Nacional se discute agora uma lei que proíbe os pais de cometerem qualquer tipo de ação (por eles chamada de violência) contra criança. Palmada, castigo, repreensão, nada disso será mais possível. O Estado que deveria estar se afastando da sociedade, já que demonstrou por toda essa vida ser absolutamente incompetente para o que se propõe, agora pretende mostrar sua incompetência na formação do povo brasileiro.

Parece que deputados e senadores estão lá apenas para desviar a atenção da população da coisa séria. É a forma a que nos referimos de proteger os que a cada momento são denunciados por corrupção e outros crimes muitas vezes da mesma gravidade. É como se a todo instante defraudassem um enorme pano preto para, atrás dele,esconder os corruptos.

Enquanto discutem o que não deveriam estar discutindo os ladrões de colarinho branco vão enchendo os sacos de dinheiro, sem serem, nem de longe, molestados pela polícia que também vira e volta se mostra envolvida em algum esquema de corrupção. Essa é a mão armada do Estado que também não vai para lugar nenhum.

E por falara em polícia, que lembra arma, nos faz voltar àlei do desarmamento que tirou de circulação as armas dos homens de bem. Agora só quem pode andar armado é polícia e bandido.

Na verdade, arma de fogo deveria ser privativa e exclusiva das forças armadas. Polícia deveria ter treinamento especial de lutas marciais para prender bandido sem ser preciso se valer de arma de fogo que hora por outra ceifa a vida de um cidadão de bem, de uma criança de uma mão de família. E bandido, a outra categoria que hoje anda armada, deveria ser terminantemente proibida dessa regalia.

Mas, infelizmente o que se vê é o Estado fazendo cada vez mais besteira, demonstrando-se cada vez mais incompetente para as funções a que se propôs cumprir. No exemplo dos corruptos a que nos referimos,Marco Valério voltou à tona depois de ser blindado pelo Estado para que não acontecesse nada nem a ele e muito menos àquele monte de político envolvido no desvio de dinheiro público. Agora um Habeas Corpus foi impetrado para que o ladrão saia rapidamente da cadeia, e o Estado, preocupado com a permanência demorada (quatro dias) do bandido ilustre, já se movimenta para que um desembargador conceda-lhe logo o benefício da dúvida, de coisa que todo mundo está cansado de saber verdadeira.

Enquanto isso nas cadeias de todo Brasil há milhares de presos que, ou já cumpriram sua pena ou nunca cometeram nenhum crime, apodrecem nas masmorras sujas e superlotadas. Nenhum desembargador está preocupado com isso. É o Estado, convenientemente preguiçoso, desalmado, ineficiente e bem remunerado.

Que Estado é esse que se acha com moral para ensinar os nossos filhos? Será que acha pouco o que já vem fazendo, como determinar quem vive ou quem morre nas filas dos hospitais? Será que acha pouco a decretação da miséria com a escola de péssima qualidade ou da falta dela?

Tudo que o Estado se propôs a fazer, fez mal. Melhorou um pouco nos últimos anos quando transferiu para o particular tarefas que eram suas, com por exemplo, a telefonia, fornecimento de energia elétrica, o braço da educação na escola particular, a previdência privada, nas agências reguladoras. O que ficou com o Estado vai de mal a pior.

Os jovens protegidos pelo Estado estão matando seus colegas a tiros na escola pública, quebrando os braços das professoras e o Estado que fomenta com exemplos essa discórdia, ainda tem coragem de responsabilizar os pais, que em tese, teriam a obrigação de lhes dar educação e limite.

E agora, que só os filhos vão poder bater nos pais, de quem será a responsabilidade pelo que fizerem e praticarem na sociedade? Serão ainda os pais responsabilizados ou será do Estado qualquer culpa dessa nova educação legalmente regulada?

E o povo? Não seria a hora de se pensar no fim da família? Talvez precisemos deixar essa conduta passional e apaixonada de que o filho completa a gente. O Estado poderá importar gente de outros mundos quando por aqui sentir a falta dela. O u melhor, o Estado se encarrega da própria família. Poderia começar pondo fim na adoção e criando as crianças sem pais, vitimas de algum desastre da vida ou do próprio poder sábioe soberano do Estado que, vez por outra, resolve tirá-las das suas famílias, no mais das vezes pobres, por entender que um orfanato é casa melhor

Será que os deputados não poderiam estar fiscalizando as obras superfaturadas da copa do mundo? Não poderia estar cuidando de planejar os presídios, soltar legalmente seus presos e impedir que policiais corruptos façam isso cobrando fortunas e perpetuando o tráfico e o traficante? Será que não poderiam estar cuidando do dinheiro que deveria chegar para financiar a saúde pública e que é desviada nas licitações fraudulentas, na intermediação das ONGs, das grandes construtoras e dos próprios políticos? Mário Covas certa vez disse, numa palestra aqui em Salvador, que para cada dez reais que sai de Brasília,nove ficam no caminho. E quem precisa de um Estado desses?

A notícia de hoje é que os aeroportos militares serão usados para suprir a nosso atraso no transporte aéreo. Agora vejam: A segurança Nacional será colocada risco para que não se perca a mamata da copa do mundo, que vai enriquecer ainda mais tanta gente. O antigo Estádio da Fonte Nova, uma das notícias da moda é hoje chamado de Arena Fonte Nova. O nome é mais pomposo e lembra gado levado ao sacrifício. Talvez ao pensar em gado se referiam a nós.

Será que não é chegada a hora do mundo se libertar do Estado?

Justino Francisco dos Santos

Escritos. Em 04.12.2011

Justino Francisco
Enviado por Justino Francisco em 24/10/2018
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