VÍCIOS
Não tenho cigarro, nem bebidas, nem drogas, nem vícios banais e
vazios...
Lamentei em todos os cantos de minha alma, de minhas lágrimas, de minha casa, do meu corpo, do meu coração, do meu quarto... Teu adeus silencioso me destrói, me falece, me desfaz os sorrisos, os suspiros, os anseios, a vontade, o ânimo e a vida. Teu adeus é a sensação de guerra perdida, a fome da alma, a flecha não lançada, tudo o que não se tem e o que não se terá, a palavra maldita, a lágrima de fraqueza, o grito de dor, a angustia de uma morte, o desperta de um sonho, o desistir, o não lutar, o não ter razão, o não ter argumentos, o que não dura, o não remediar...
É deixar atropelar, o frio na barriga de quem se deixa jogar do sétimo andar, é não ter valor, é não saber perder, e não saber perder, é secar os medos e os sonhos, é como um nó na garganta, é não poder chorar.
Em minha estante estão momentos, tuas fotos e meu sorriso presos em papel... queria vícios, vícios, vícios palpáveis, vícios consumíveis.