FLORES...
Os meus olhos de poeta, encantados, percorreu o enorme salão, de um lado a outro, admirando as belas flores do jardim. Depois de alguns minutos, sentei-me na poltrona próximo a saída - poltrona macia - ao lado, havia livros, vários livros de diferentes autores. E lá fiquei, observando por alguns minutos.
Estamos quase ao findar de outubro, o velho se fez novo, e o novo… Bom… O novo se fez velho, é sempre assim, nunca muda.
… Pobre alma,
Jogada as traças,
Esquecida no calabouço de ossos,
Prisioneira, confusa, descuidada,
Eu... Solitário e tão só,
A mendigar esse amor de perdição,
Amor esse, que corrói por dentro,
Que me desatina,
Que me fascina,
Que me destrói,
Amor que veio inesperadamente,
Surgiu destes teus olhos tão brilhantes,
Na tarde daquele dia augusto,
Naquela bela praça chamada Paris,
Você estava lá, entre as rosas do jardim,
Brilhava mais que as tulipas,
As aves cantavam juras de amor ao vê-la,
Eu era apenas um poeta esquecido em um canto qualquer,
Um poeta com os seus papéis desordenados,
Um poeta loucamente enamorado,
Meu amor de perdição,
Amor proibido,
Amor tão querido,
Amor tão distante e improvável,
Amor que destrói,
Amor que desejo amar,
Mas o meu coração tão teimoso que é,
Não soube como te esquecer,
Por esse motivo,
Vivo tão só…
Neste vasto salão, existem certas flores de beleza inigualável, não as conheço, no entanto, consigo sentir o perfume de cada uma delas - e cada uma - é de uma candura indescritível. Devo, sem sombras de dúvidas, me entregar a folha em branco, ao verso, a prosa; e assim registrar em linhas tortas a beleza desses momentos tão distintos na vida desse poeta e cronista. Mas talvez querido leitor, todas essas flores sejam apenas imaginação, todavia, há muito perdi a noção do limite entre o real e o irreal, entre a vida e a ficção, sendo assim, permita-se delinear os limites da imaginação.