Capeta para Presidente do Brasil

Comandar o inferno nunca foi uma tarefa fácil para ele, se fosse não teria sido punido e atirado lá'. Um lugar cheio de boas intenções e "inocentes". Gente reclamando da vida, ou da morte melhor dizendo, chororô e praguejamento.

Ficam em nosso pensamento os motivos do anjo mais belo ser punido com um reino destes. Mas nada que o tempo não alivie com o costume e experiência de vida ou de morte.

Acompanhava as eleições no Brasil, afinal um dos grandes provedores de almas para o Inferno, com apreensão, já que certos tipos de almas nem ao menos o costume e a experiência nos poupam da inconveniência do desgosto.

Viu o Capeta que o brasileiro não sabia votar, coisa que não lhe demandou nenhuma inteligência excepcional. Que não tinha capacidade de julgar o caráter dos seus candidatos, se levava por discursos baratos e soluções mirabolantes. Votam em corrupto, em facínoras e medíocres contanto que lhes falem o que desejam ouvir.

O brasileiro gosta que se governe pra ele e não para todos, povo fácil de se desunir, não se importa com autoritarismo, patriotismo para eles não era mais do torcer de 4 em 4 anos pela Seleção. Não respeitam diálogo e fala mansa, exigem o chicote e o desprezo ao qual retribuem com obediência e respeito.

Tal cenário preocupou o anjo de luz, que não tinha predileção por brasileiros. Os enviados para o inferno vindos deste pais eram malandros, presunçosos e cruéis com seus iguais, chegam no antro sem aceitar os mesmos castigos que seus compatriotas mais desvalidos e tentam dar carteiradas. Coisa que mesmo o diabo não suporta sem aviltar sua dignidade.

Pensou então em pleitear o cargo de presidente. Queria evitar a todo custo a tragédia de um governante incompetente despachando mais destes insuportáveis para a o antro de penitencia eterna.

Sentiu o Príncipe da Perdição, O Pai da Mentira, título este dado pelo próprio Jesus, que bastava ser ele mesmo e a eleição estaria garantida.

Falava como um moralista prometendo castigar os criminosos, combater aqueles que tem dó de vagabundo e que ensinam as crianças o homossexualismo, e tudo mais de ideia estapafúrdia e impropérios que agradavam as massas e humilhavam o bom senso e a inteligência.

Fingiu que não era nada o estrago que seu partido causou no pais, corrupção e desemprego, prometeu o mesmo que outros haviam prometido e não cumpriram.

Propôs erguer o pais tendo seu partido o derrubado. Prometeu acabar com a violência facilitando o armamento e dando liberdade pra policia matar. Prometeu a paz com discurso de ódio.

Se comprometeu com a bancada evangélica, em troca de apoio no congresso, a não tributar lucros das igrejas e combater o marxismo ateu e LGBT dentro das escolas. Foi mais fácil que tinha imaginado!

Mas e Deus? Ele não se meteu no pleito. Respeitou a democracia, o direito de escolha e ignorância com que cada um é castigado desde o nascimento ao leito de morte. E' impossível, mesmo pra Deus, dar sabedoria pra quem se apraz com a própria estupidez.

O povo sabia se tratar do Capeta, mas a falta de esperança era tão grande, tantas promessas falsas e traições, que preferiu dar uma chance para o Tinhoso do que insistir em eleger os velhos políticos de sempre.

Sucesso total! O Capeta tomou posse como presidente do Brasil, tendo governado, mesmo odiando nosso povo, melhor do que a maioria que passou por nossa presidência. O Brasil se tornou o primeiro país a ser governado por um ser de outro mundo, o que surpreendeu o mundo bem menos do que os mais principais analistas esperavam.

O povo queria uma reeleição, mas o Mestre das Abominações preferiu os antros infernais do que a importuna oposição, que tendo o poder anteriormente não fez metade do que cobra dele como presidente. Voltou alegre e satisfeito para o Reino das Trevas, ressentido com Deus por ter aceito de forma tão solicita sua empreitada pela política brasileira.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 21/10/2018
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