Falo, logo, nego!
Falo, logo, nego!
O engraçado, na pós-modernidade, é o indivíduo-cidadão, utiliza de mecanismos dúbios que, a priori, parecem ser coletivo, todavia, unitário. O que não serve – quando vai de encontro ao que pensa – é rechaçado, mas, em seguida, abraça quando corrobora com o que pensa.
Tais indivíduos-cidadãos vão na onda, como falam por aí, surfam no que servem para manter o seu achismo e status quo e fidedignam falácias a qualquer custo; o preço é pago pelo leitor/ouvinte superficial. Os filhos do tempo recriado, do discurso pronto, recopilam e servem de mote para o riso. Cada opinião e post servem para a piada alheia e para desconstrução/construção de argumentos relevantes e de autoridade. Episteme!
Essa mídia é venal! Essa mídia é séria! A duplicidade argumentativa mostra a fragilidade do discurso, dessa maneira, cai em crédito para a galhofa alheia e em descrédito informativo. Receita seus unguentos e toma o laxante diário de achismos. Tudo é relativo para quem não tem o que falar e procura ser o que jamais se tornará.
Formadores de opinião pós-modernos são os novos estereótipos erguidos em tempos vazios e discursos pueris. Entretanto, a sobrevida é logo e o que propaga é já. Suas vozes ecoam, apenas, em ouvidos de pares que não saem da primeira linha de uma bula de como fazer para estar.
No tempo hodierno, falar é propagar de qualquer maneira, mas, é preciso para, logo, existir. Porém, grita e, por conseguinte, desaparece.
Falo, logo, nego! A irresponsabilidade passou a ser assinatura atual e o fio do bigode é verdade provisória para imberbes contemporâneos. O importante é apresentar e recopilar e propagar e, e,e,e,e, mas, o conteúdo que fique de lado, o certo é existir, não importa a forma ou o jeito.
Penso que penso e penso que existo!
Mário Paternostro