“AI DA VIDA SE NÃO FOSSEM OS TEMPEROS!”
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Reescrevo o que li algures. Em 1993, Dr. Edward, médico radicado em Pará de Minas, a 80km de BH, completava 79 anos. Seu filho, Dr. Alfredo, já médico também, em Massachusetts, nos Estados Unidos, lhe envia uma carta. Nessa carta, o filho comenta um almoço rotineiro, num dia de semana. Dr. Edward havia acabado de chegar do hospital para almoçar. Um paciente seu esperava-o no alpendre da casa. O telefone a tocar, chamando-o de volta ao hospital. Sua esposa lhe traz o receituário para ele usar, atendendo ao doente que ali o aguardava, num clima de cidade do interior.
Em seguida, o almoço. Dr. Edward se levanta e, calmamente, apanha na prateleira um vidro de tempero. Borrifa-o sobre o bife e, com um sorriso, exclama: “Ai da vida se não fossem os temperos!” Aí o filho, alheio a essa história de temperos, pergunta: “Papai, qual a maior qualidade de um médico?” Dr. Edward faz uma pausa, olha para o crucifixo na parede e responde: “O amor à humanidade, eu penso”. O filho conclui a carta com um pensamento de Confúcio, que o pai costumava repetir: “Bem faz quem faz bem o que faz”.
No Dia do Médico, que todos os médicos renovem seu tradicional juramento de Hipócrates com um voto de amor à humanidade. Aquele que coloca o outro como prioridade merece todo o nosso reconhecimento. Meus respeitos se estendem a toda a constelação que integra o universo da área da saúde. Uma constelação, algumas estrelas de maior brilho, outras de menor cintilação, mas sempre estrelas: socorristas, bombeiros, paramédicos, policiais e atendentes da emergência, enfermeiros, funcionários do hospital, técnicos auxiliares, enfim corações sensíveis que, nos bastidores do dia a dia, convivem com a realidade da dor. Profissionais do front, entrincheirados, coração aberto, braços estendidos e mãos seguras acolhem vítimas do sofrimento e das crises humanas. Vocês fazem a diferença. Honra ao mérito. Feliz Dia do Médico!