Memórias de um faroleiro IV
A tempestade estava anunciada e o mar já estava revolto demais. Naqueles meses, após o naufrágio da fragata, ainda não tinha visto o tempo tão sinistro. Em mais de quarenta anos na vida solitária de marinheiro no farol, viu muitas embarcações à deriva mas também soube dos muitos navegantes que se valeram do seu ofício. Isso o alegrava e lhe fazia sentir orgulho da profissão e do dever cumprido.
A vida era solitária mas não triste. Sentia-se como um ermitão bem particular, tinha o privilégio de ouvir o som das águas nos rochedos... Uma canção cadenciada para alinhar a sua respiração na prática diária do silêncio.
Também escrevia histórias e pintava quadros que vendia nos períodos de folga, quando retornava para a cidade. Isso o fazia contente pois além de compartilhar a paisagem que só ele via, também ajudava a mãe com uns trocados a mais.
Mas naquele dia, o mar verde esmeralda se tornara cinza chumbo. O furor das ondas as faziam chegar próximas às vidraças e por um instante pensou em passar um rádio para a base.
Mal podia avistar as embarcações mas um navio graneleiro de bandeira panamenha estava naquelas águas fazia uma semana. A tempestade desabou. O mar se agigantou e engoliu o petroleiro... O que se via depois da calmaria eram os muitos helicópteros sobrevoando a região, destroços e nenhum sinal de vida da tripulação.
O velho faroleiro pegou caneta e papel para relatar mais um episódio da história que a vida lhe mostrava daquele lugar.
A tempestade estava anunciada e o mar já estava revolto demais. Naqueles meses, após o naufrágio da fragata, ainda não tinha visto o tempo tão sinistro. Em mais de quarenta anos na vida solitária de marinheiro no farol, viu muitas embarcações à deriva mas também soube dos muitos navegantes que se valeram do seu ofício. Isso o alegrava e lhe fazia sentir orgulho da profissão e do dever cumprido.
A vida era solitária mas não triste. Sentia-se como um ermitão bem particular, tinha o privilégio de ouvir o som das águas nos rochedos... Uma canção cadenciada para alinhar a sua respiração na prática diária do silêncio.
Também escrevia histórias e pintava quadros que vendia nos períodos de folga, quando retornava para a cidade. Isso o fazia contente pois além de compartilhar a paisagem que só ele via, também ajudava a mãe com uns trocados a mais.
Mas naquele dia, o mar verde esmeralda se tornara cinza chumbo. O furor das ondas as faziam chegar próximas às vidraças e por um instante pensou em passar um rádio para a base.
Mal podia avistar as embarcações mas um navio graneleiro de bandeira panamenha estava naquelas águas fazia uma semana. A tempestade desabou. O mar se agigantou e engoliu o petroleiro... O que se via depois da calmaria eram os muitos helicópteros sobrevoando a região, destroços e nenhum sinal de vida da tripulação.
O velho faroleiro pegou caneta e papel para relatar mais um episódio da história que a vida lhe mostrava daquele lugar.