Um mundo que não domino
Nem tudo são flores, e nem tudo são dores, chavão antigo e já batido que ainda faz e continuará a fazer sentido na roda da vida, pelo menos enquanto o viver for feito de altos e baixos, gostos e desgostos.
Tem coisas que gostamos demais, e fazemos, pois, nos agradam e nos fazem bem, dão prazer, ativam neurotransmissores que ativam o campo do cérebro e das sensações mais prazerosas. Há também coisas que fazemos por causa de uma motivação externa, algo que impele de alguma forma, não vem como uma vontade, inerente ao ser, é necessário e produtivo em algum momento, como no meu caso, fazer academia.
Sempre uma pessoa ativa, mas não neste sentido de sair correndo e malhando, faço minhas tarefas e um pouco mais no meu tempo e no jeito, o que numa academia, fica um pouco a desejar. O meu mundo sempre foi mais com um apelo contemplativo e gosto pelas leituras, enfim, há mundos e mundos, e pessoas e pessoas.
Estou há um mês neste mundo de aparelhos, suor, físicos delineados ou nem tanto, e muita forçação de barra, no sentido literal mesmo. Música que acompanha as passadas na esteira; ergométrica que dá firmeza ao quadril e pernas; jumper que me causou dor de cabeça; músculos para cá e para lá, e uma suadeira de dar dó, gente como eu que nunca fez quando faz por uma questão mais estética, fica perdida neste mundo um tanto rude e férreo. Como ainda estou na fase do condicionamento físico é comum sentir dor após o exercício feito e com algumas ressalvas com joelho e braço, devido a uma queda que sofri há algum tempo, estou me adaptando.
Neste pouco tempo, até a popular badalação já observei, há uns que vão para mostrar o físico cultuado com muito esforço e com isto arrancar uns suspiros de alguém do sexo oposto que sempre dá uma espiadinha no treino alheio, faço aqui, mea-culpa, de vez em quando olho de soslaio os “fortões e as musas” da academia se acabando de tanto treinar e saindo de lá como se tivessem ido ao supermercado, com um sorriso de gratidão pelo resultado que o exercício proporcionam. Bom, no meu caso, não proporcionaram quase nada, acho que nem 100 gramas, pois para mim ainda estou do mesmo jeito e talvez nem saia disto ou até desista de buscar malhar e ficar em forma num mundo alheio ao meu gosto. Talvez uma caminhada ou natação sejam mais gratificantes e inspiradoras, coisa de quem vive no mundo da lua, ou de quem não tem muita vontade para estes movimentos retilíneos e não tão uniformes, mas que estão em moda, e são a grande sensação de uma galera que vai em busca de um corpo sadio, bonito e suado. Graças a Deus tenho o primeiro item, o segundo tenho que trabalhar e apurar este aspecto, já o terceiro, dispenso.
Um mundo difícil de adentrar para quem não tem gosto pela coisa, porém como eu frisei no início nem tudo são flores e para se alcançar alguns objetivos temos que sentir algumas dores, que assim seja!