meio dia
Eu nunca pensei em escrever sobre isso especificamente, sobre o que tenho de mais secreto, de mais sóbrio e de mais sóbrio.
O mundo em si é um caos, nada do que sabemos de fato pode ser considerado um fato até mesmo este fato que até agora pouco contei a vocês, mas o que de fato é real. Para ser exato o meu mundo se passa somente no escuro de meu quarto, onde sou somente eu comigo mesmo não ha vários de mim, só tem ha mim em um quarto escuro deitado sobre uma cama. E o que faço nesse quarto escuro?
Eu costumo pensar em coisas reais, faço planos e bolo estratégias para planejar minha salvação do grande dragão que consome vidas fora deste quarto.
Nesse quarto eu sonho me debruço sobre a cama e sou somente um corpo com uma mente de humano nada sobrenatural, não tenho que resolver problemas complexos como, por exemplo: ─ Já imaginou ser crucificado? Não ser crucificado do jeito convencional, ser crucificado somente o corpo em formato de “Y”.
É cruel esse pensamento, parece que seu corpo se perde em uma vastidão imensa de julgamentos e pessoas que gostariam de a ti condenar e ali se vai um corpo em “Y” e tua cabeça flutua como se nada tivesse para sustentar, e o “Y” retorce e contrai, por mais que não queira pensar nisso o seu cérebro quer que você sinta isso, mas sentir exatamente o que? O que seria um “Y” se contraindo e se retorcendo e sendo crucificado?
Assustado você lembra que não está no quarto!
Que está dirigindo!
O pior de tudo é quando você toma consciência só que essa consciência não te pertence, você só esta em um mundo que você só conhece visualmente, mas isso te assusta o medo toma conta de você parece que não a lugar algum para ir, as pessoas que parecem lhe conhecer não te conhecem, pois não sabem reconhecer nada em seu olhar, o medo, o medo de caminhar pelas ruas, o medo de enfrentar as pessoas, o medo de ser crucificado, o medo de ser chacota ou de se fazer de chacota mais uma vez, o medo de enfrentar a vida, o medo de enfrentar tudo isso que ninguém faz ideia do que é passar sozinho.
É isso e sempre tem algo que incomoda as pessoas, mas elas não falam, mas olhar fala por elas sentem incomodadas, ai os vários de mim começam.
É minha magreza?
É meu mau hálito?
São meus cabelos brancos?
São minhas caspas?
É meu mau cheiro?
É minha pouca sujeira?
É a roupa larga?
É o rosto pálido?
Sim é tudo isso! É você!
E me enfrentarei mais uma vez através de espelhos nós olhos dos outros, nas ruas, na faculdade, nos hospitais, nas igrejas em casa e escuto repetidas vozes na minha cabeça:
─ Como você está magro!
─ Como você está pálido, tem dormido bem?
─ Você está muito magro olhe para essas pernas finas!
─ Olhe para as sobras de tecidos!
Finalmente depois de pensar em tantas coisas que poderiam de fato resolver minha vida chego a casa. Confronto-me com o pior de mim, minhas psicoses.
Parece que revivo incessantemente este outro eu que está aqui.
─ Claro que já viveu você está louco, você não tem solução olhe para sua pernas estão tão magras olhe para sobras de tecidos!
Vejo-me repetindo varias e varias vezes a mesma cena e varias e varias vezes e minha cabeça não para é como se tudo estivesse adiantado e cansado ainda sentado coloco as duas mãos sobre o rosto e digo a mim – se acalme sua cabeça é assim você é dono desde mundo você cria e desfaz qualquer coisa e vejo outro de mim na minha frente isso me bate uma agonia um desespero. O que devo fazer? Eu sou louco? Não!!! Você tem superpoderes de ler mentes, leia quantas quiser você sofre assim porque absorve os pensamentos alheios aquiete e se concentre.
Então eu fecho os olhos me sirvo café como se fosse a milionésima vez direciono-me até o pão sobre o fogão, penso em partir com a mão, no entanto mudo de ideia e utilizo a faca, vem então até há mim um de meus e me fala: ─ Tua mãe utilizou a faca não teu irmão, pois ele a observa. Eis que estou ha porta do quarto e quando entro não conseguiria expressar tamanha alegria e paz que eu sinto ali meu tormento sessa todos os pensamentos se calam e eu estou só. Sei que devo sair do quarto e uma nova surre alidade me aguarda, enquanto estou preso dentro do quarto quem controla a realidade sou eu quando sair dele e não sei onde e quando vou me encontrar hoje ainda são 10h36min da manhã temos uma longa jornada pela frente...