OS MEUS DIAS...

Os meus dias…

Em cada segundo deles, em cada um indistintamente; cada um tem sido de lutas e mais lutas. Eu não estou falando das lutas externas, embora, essas também corroboram com o meu - por assim dizer - declínio. Mas… Dasdas certas circunstâncias, as lutas internas, travadas no campo introspectivo do coração, insanamente migrando para a realização do desejo, está ao ponto de derrubar-me.

Os meus dias…

São na verdade formados de fragmentos, comparo-os a um quebra cabeças - desses de muitas peças - pequenas peças eu diria. Neste momento, neste exato momento em que escrevo, esse quebra cabeça está em completo desalinho, partes foram montadas erradas e partes estão espalhadas, ou, talvez todo ele esteja errado. Certo é, que a aparente dificuldade parece monstruosa demais, parece, porquê na verdade, não o é.

Os meus dias…

As vezes - muito raramente eu diria - acontecem pequenos lampejos de esperança, alegria e regozijo; em momentos distintos dos meus dias, mas isso somente as vezes, e, como eu disse, 'muito raramente'. Não me julguem, por favor, entendam. As vezes, o sorriso do palhaço brincalhão não reflete sua verdadeira alma entristecida. Sempre haverá por detrás da pintura alegre de algum palhaço outra pintura que não reflete a alegria, escondendo por vezes uma face cheia de lágrimas.

Os meus dias…

Como eu gostaria que os meus dias fossem como os dos pássaros. Como eu gostaria de ter a liberdade de voar, ter o céu a seu dispor. Os pássaros não trabalham para comer, vestir, ou ter onde dormir, no entanto, eles parecem melhores do que nós. Eu queria ser uma águia, ou um falção - ou qualquer outra ave aliás - eu queria ter asas para voar.

Os meus dias…

Os meus anos nunca saberam o que os meus dias ensinaram, e hoje, em pleno outubro, já na eminência de novembro, encontro-me entre a cruz e a espada, entre e ser e não ser, entre o ter e não ter, entre o falar e o calar, entre o continuar e parar. A cada novo minuto a mesma angústia crecente de sempre - quimeras da alma - fantasmas do passado para ser mais exato, e o meu olhar de poeta delirante, perde-se no infinito desses meus eternos dias.

Os meus dias…

Escrevo os meus dias aos pedaços, e em cada crônica lida, está um pedaço de mim. Que o leitor entenda, que o leitor sorria, que ele recorde, que ele anseie, que ele se irrite, e que ele comente consigo e com outros, enfim, que ele seja ele mesmo. A cada pedaço de mim neste pequeno espaço, deixo um pouco dos meus sentimentos, à você, amigo leitor. E que os meus dias, e os teus dias… Que sejam como devem ser, sem tirar nada, sem acrecentar nada. Cada momento tem a sua importância, cada experiência tem o seu valor, nada se perde, tudo se aproveita.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 15/10/2018
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