A LEI DO JULGAMENTO.
Aposto, que é ela, não costumo errar. Pelo barulho dos sapatos na calçada, só pode ser ela. mulher chata, fofoqueira, que vive a bisbilhotar a vida alheia.
A vizinha abriu uma greta na janela e confirmou o que havia dito. A mulher vestia-se de um vestido longo e calçava saltos altos.Colocou varias sacolas na escada, correu então a chave na porta, voltou pegou as sacolas e entrou. Só depois do traque da porta a vizinha cerrou a janela , e foi a cozinha destilando seu veneno: Parece cada uma neste bairro, não fui com a cara dela desde quando chegou, é metida a boa de sela, exibe belos vestidos e lindos sapatos ,para modo de nos enciumar, em breve vai dar de cima de nossos homens. Nossos ? Lembrou que tinha apenas um que não valia um conto de reis. Teve segundos de raiva, foi a cozinha , a dispensa estava vazia, nada para fazer no jantar,e seu único filho a pouco tempo avia de chegar. Foi então a horta colher algo para enganar o menino. Ouviu um barulho, agora de carro, entrou e novamente abriu a janela. Vai ver é o amante, aposto que é , deu jeito de segurar a respiração, o coração estava acelerado e a pele ganhava cor de cera.
Uma grandão desceu do carro. abriu o portão e tocou a campainha , outro menor também desceu. Maldita, pensou a vizinha , dois; deve ser além de metida , uma devassa, essa coisas, Deus abomina.
Ela agora estava vestida de um minúsculo short, e com uma blusa decotada , olhou seus atributos e os dela, xingou baixinho maldita.
Minuto depois os homens saíram . Abriram a porta do carro e deu de entrar com volumes e mais volumes. É, comprou a cidade inteira, além de perigosa ainda tem dinheiro, pobre de nos mulheres deste bairro, o que será de nós.
A mulher então agradeceu e o carro partiu. Deve voltar a noite, pensou,
fechou novamente a janela e foi cuidar da sua vida.
Minutos depois , da cozinha, ouviu o toque toque na sua porta. o coração disparou, é ele, que a mais de três dias não a via. ajeitou o cabelo no sob lenço bordado. E num mister de alegria e raiva abriu a porta. Ele que nada. Era ela, com sua roupa pecadora. A vizinha então se refez, abriu um sorriso sorumbático, e aranhou um boa tarde.
A mulher então , a convidou a ir a sua casa. A vizinha meio ressabiada entrou. A mulher então, disse pegue me ajude , esse presente é seu. E com esforço deram-se com o grande fardo na cozinha. Acho que vai gostar, e assim saiu.
A vizinha sem palavras deu de rasgar o fardo e com os olhos marejados disse, é uma cesta que da para o mês. Chorou copiosamente, e só no outro dia criou forças para ir agradece-la.