Engenho de Mandioca (1892)
Os estereótipos germinam a bestialização dos contextos históricos. As imagens são documentos que ricamente nos ajuda a descrever determinados períodos da história; porém é necessária uma análise criteriosa, pois através de um único olhar podemos cair nos equívocos da generalização histórica.
Modesto Brocos, promove através da arte as entrelinhas dos conflitos da vida cotidiana. Um “ser pensante”, que utilizada o negro como inspiração, dando-lhe vida, expressão; difundido uma narrativa onde o negro é um dos sujeitos do processo histórico.
Apresentando-nos os diversos ângulos de uma única nação. Fomentando o discurso da multiplicidade que engendra a identidade nacional brasileira. Dando visibilidade para os “tipos nacionais”.
Brocos nos apresenta uma harmonia que se difundia no desenrolar dos fluxos da miscigenação. Analisando sua obra, notamos as disparidades entre a ironia e critica construída pelo seu ideal de uma arte nacional. No ínterim dos primeiros anos da República, as emblemáticas obras de Brocos, difundiram a necessidade de instituir uma arte e a história brasileira.
Todavia, o discurso racial e econômico é ricamente detalhado na obra de Brocos. Onde a paz e a harmonia são apresentadas em meio à guerra pela sobrevivência. A produção de farinha é aborda, expondo a demanda por alimento no século XVII, sendo o Brasil segundo Mariza de Carvalho (2009) economicamente rebaixando por comer “farinha de pau”.
As imagens são documentos que não falam por si só, se faz de suma importância, o rigor e atenção que damos aos detalhes que podem profundamente mudar o rumo da nossa história.