Mais um corvo
Mais um corvo
Um corvo olha, constantemente. Não adianta enxotá-lo, ele volta e está firme em seu propósito. O que pretende? O que quer? Seu desejo está em seu jogo de corpo, em seu grasnado. É lúgubre a estrada, a lanterna está nas mãos de todos, contudo, esqueceram de acendê-la. Tropeços, impactos acontecem/acontecerão sempre. O corvo apenas olha.
- Onde está a carniça?
- Xô!!!
Quanto mais tenta espantá-lo, ele se aproxima.
O corvo crocita mais alto e muitos ouvem. Pensam que estão ouvindo a melodia promissora e dançam sob o canto macabro. A putrefação do destino cheira forte, entretanto, não se sente o fedor que já apodrece o ar.
A escatologia se fez!
O corvo, representação do mal, aprecia a situação e do alto do seu voo, observa.
Com poucos predadores, cresce/cresceu e vive na espreita. Sempre batendo suas asas, seu bico afiado, é símbolo do pior e do devasto.
Nefasto!!!
Do alto da montanha, descansa e espera. Sob ele, rastejam todos, catando sobras para suprir o vazio.
O corvo imitou muito bem o humano!
Ele crocita!!!Eis o beijo da morte!!!
Mário Paternostro