O menino do sinaleiro
O menino franzino com roupas muito usadas todos os dias, anda a vender balas por entre os carros na faixa central da movimentada avenida. Ele como muitos luta nessa cidade grande e confusa. Não teme a morte, nem mesmo deve saber que ela existe. Entre os carros passa rápido oferecendo sua mercadoria com a esperança de levar para casa uns trocados no final da tarde. Seu corpo frágil sente o cansaço, mas é leve, ágil e sabe que tem bons reflexos. Assim ele brinca com a morte passando, por entre ela enquanto oferece suas balas. Hoje é o dia da criança. Será que algum dia ele foi criança?... De repente quase grito: cuidado menino!...Mas nunca vou a tempo. O sinal abre e ele já está longe. Ás vezes penso que ele e a luz andam de comum acordo na mesma velocidade...