Unicidade

As cores estavam discutindo qual delas era a mais bonita, a mais charmosa e a mais envolvente. O vermelho logo deu um passo à frente e disse das rosas e do batom das mulheres lindas e vaidosas; o amarelo envaidecido disse com o peito estufado que olhassem para o sol que era pura energia, o azul então entrou na conversa e disse somente: - "Céu" e fim de papo! A discussão estava flamejante quando entraram umas cores compostas: O verde, com um riso no canto da boca, disse calmamente sobre o extenso mar e sobre a plantação e suas seivas cheia de vida; o laranja e o marrom vieram falar da terra; o rosa e o violeta lembraram as pedras preciosas e para acalmar aquela discussão que já incomodava o preto, ele logo lembrou a todos da morte e, imponente, decretou um mórbido "silêncio". Foi aí que o branco, com seu passo vagaroso de amanhecer, atravessou as águas que ainda estavam suspensas no céu e se mostrou num belo arco-íris. As cores ficaram ali por um tempo "avivadas" mirando aquele arco que falava de cada uma e depois caíram na real quando o branco lhes falou sobre aquela energia que os iluminava chamada "luz". Era ela que fazia cada cor o que parecia ser. E mais, sem um "olho" nada eram... Que adiantava aquela celeuma se todos eram partes de uma mesma ilusão?

Assim, cada cor se deu conta da confusão e deram-se as mãos. Rodopiaram num balé tão rápido que tudo o que pude ver, foi um feixe de luz a iluminar o papel na minha escrivaninha...

Cláudia Machado
Enviado por Cláudia Machado em 11/10/2018
Reeditado em 12/10/2018
Código do texto: T6473158
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