Provérbio Sumeriano
A -- Caminhando à metade de Outubro. No quintal do Casarão vi um elaterídeo passeando solitário. Sinal de fim de ano. Tempo para se concluir algumas resoluções, alguns planos traçados no início do ano. Seguir a luz do bichinho, tendo-a como símbolo do direcionamento. Como diz um provérbio antigo, anterior a Cristo. Sumério, se não m'engano.
B -- Há uma poética que envolve teu discurso. Ela caminha em paralelo. Acho interessante isso. Vou me fiar nesse provérbio sumeriano e procurar pôr em prática meus planos traçados em janeiro passado.
Passam-se meses. Reencontram-se.
B -- Aquele teu discurso do elaterídeo foi muito propício. Confiei nele e consegui um bom emprego. Mas como podem duas luzinhas, tão discretas e pequenas, apontar para um caminho certo? Vagam de modo incerto. Não entendi como deveria.
A -- São incertos aos nossos olhos. A eles há um sentido real nisso. Instinto. Apesar de minúsculas, aquelas luzinhas se permitem ver. Chamam a atenção. Ademais... Quanto a ser provérbio e ainda mais sumeriano... Hahahah! Era pura invenção minha! Estava eu sob efeito da singular visão do passeio noturno do bichinho. Confundido com Vaga-lume. Mas vejo que você enxerga bem. Notou o tom poético de minha conversa e... seguiu teu caminho. Legal isso: ver poesia na hora de ir em busca do ganha-pão. Meus PARABÉNS.