A dose foi dose
Esse texto começa pelo estomago.
Esses últimos dias tem sido os mais cansativos, não me pergunte que dia é hoje que nã sei, mês então?...Acho que estou em outra época.
Mesmo assim a vida continua, de manhã aquela correria, por roupas para lavar, no outro dia fazer aquela faxina básica e tem gente que pensa que não passo perto de uma cozinha. Um engano gigantesco. Hoje mesmo encontrei um colega de trabalho nas proximidades da minha residencia:
-Você aqui?
-Esta de folga hoje?
Logo respondi, que nada nada indo ao ao mercado, daqui a pouco estou eu lá de novo.
Não me lembro qual foi o dia da semana passada, fui resolver alguma coisa na zona leste, cheguei de volta na minha casa. Olhei no relógio, os ponteiros marcavam 10 horas e trinta minutos. Nossa!
Tenho meia hora para fazer tudo isso e sair as 11 hs.
Respirei fundo, fiz o almoço em 20 minutos. Não pense que é fácil, em casa tem gente que faz regime, arroz integral, batata doce, brócolis, couve, abobrinhas e o melão que ja deixo picado, e ainda faço um café e o suco de jabuticaba...
Adoro um feijão com bacon, uma costelinha no sal grosso indo ao forno e depois na lenha...Hum!
A minha carne moída com jiló é fera, quem comeu e disse que não gostava ...Já era.
frango bem temperado, e um estrogonofe que estou ensaiando para fazer ate o final do mês. Cá entre nós minha especialidade culinária. Sem querer virei mestre de cozinha em tempo minimo real. Nossa!
Acho que estou movida a culinária hoje.
Me fez lembrar de um episodio há doze anos atras, bem na época que fui para o interior, fui morar bem longe da cidade, se precisasse de um fosforo, na saída do trabalho tinha que providenciar. Era uma rotina cheia de surpresas no inicio.
Sai as 17 horas do trabalho, naquele tempo andava cheia de acessórios, colares e brincos mais avantajados e etc...
No caminho parei o carro, lembrei que me esqueci de passar no mercado, estava muito longe. Estava numa rua que se via mato dos dois lados, e um boteco, parei...
Desci, contando passos, bem avoada mesmo, não estava pensando em nada.
De salto alto naquela rua de poeira vermelha, toda toda, sem me esquentar com nada. O negocio era um só:
Comprar uma dose de conhaque.
Entrei naquele bar, meia duzia de pessoas que nitidamente estavam vindo da roça. Os olhares foram fulminantes quando fui até o balcão;
-Moço, você tem conhaque?
-Sim, temos.
-Me de uma dose.
De repente senti que ficou meio estranho...Logo, tentei justificar:
Vou levar pra casa, vou fazer um estrogonofe.
Ficou esquisito aquilo...Minha face deve ter corado como fogo.Sai, pensei:
Na próxima vez nao faco mais isso .Essa historia de dose...Ah! foi dose.
O estrogonofe???
Até dia 31 de outubro faço..Com uma taça de vinho branco acompanhado com pão de queijo e um arroz branco...Não precisa mais nada..Afinal, no dia 01 de novembro as 4 da matina estarei na estrada, FERIAS.Trinta e cinco dias longe de casa e do trabalho. Opa! o principal, sabe por que lembrei disso?
Comprei todos os ingredientes, faltou o conhaque. É dose , não é?