Ela Passou.

Os olhos, ah! Mais que olhos… Eram de um brilho intenso, de um lume que… Meu Deus; como dizer… Era de um lume que palavra nenhuma poderia descrever, a intensidade daquele olhar quando pousou nos meus, aquele verde e intenso adentrando na minha alma, enlouquecendo o meu coração de poeta.

Como esquecê-la,

Seu corpo é uma flor,

De versos preciosos,

Os olhos graciosos,

Relevam o amor.

Como esquecer tão suave nome.

Eu a vejo todos os dias, e, em cada novo dia fica aquela sensação de vez primeira.

No meu coração se renova o amor, a admiração, o desejo. Embora eu continue em silêncio, apenas admirando tão divino olhar, sei porém, que a qualquer momento trocaremos nossas primeiras palavras, e quando esse momento chegar, o céu vai ser embaixo.

Seu corpo é belo, perfeito, as vestes ocultam a beleza simétrica, esconde cada majestosa curva, sim, eu a imaginei, não a vi sem as vestes, porém, em meus pensamentos formei essa imagem. Quando ela passou por mim, deixou escapar dos lábios um despretensioso sorriso. Ela passa, mas o perfume fica… Ela passa, e o meu olhar desejoso a segue, até que de repente, na extrema curva do caminho extremo, a sua imagem desaparece escada acima.

Ela tem o perfume de todas as flores, as mesmas que ela trabalha, seu encanto é tanto, que as rosas ao vê-la empalidecem, perdem o lume. O sorriso, os cabelos desalinhados na altura dos olhos, como explicar? Palavra nenhuma compreende a beleza, palavra nenhuma expressa o amor que nasce da beleza, tão pouco o desejo, muito menos as loucuras do pensamento.

Ela passou e se foi, mas o olhar atento deste cronista capturou a essência da sua pureza juvenil, da sua indescritível beleza, de seu inconfundível perfume. E os olhos… Verdes olhos. Ela passou, e de fato é uma pintura De Da Vinci. A sua face ficou registrada nestas mal traçadas linhas, que nada fazem senão relembrar imprecisamente, que certos anjos, ou não tem asas, ou as escondem muito bem. Ela passou, eu fiquei, com os meus desejos e com minhas palavras, o seu nome… Bom… Ela tem nome de anjo, daqueles que passam de repente, e nunca mais voltam.

O dia se foi caríssimo leitor, a saudade veio devorando tudo dentro de mim. As estrelas cintilantes se apagaram, o luar se escondeu ligeiro por detrás de nuvens escuras, eu não compreendi, mas o perfume, aquele mesmo perfume, passou por mim, sim… Era ela, que passou, e acenando me deixou com a saudade e com as palavras embriagadas de sua majestade augusta. Eu, insano cronista que me tornei, dolorosamente reportei neste pequeno espaço, todo meu desejo e admiração.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 10/10/2018
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