O OVO DA SERPENTE

Daqui de onde estou, na minha sala de trabalho, olhando as crianças brincando no pátio da escola, sinto que vivemos um momento complicado. As pessoas estão degeneradas com agressões físicas e ideológicas.

Mestre Moa do Katende, capoeirista, foi assassinado com doze facadas, em Salvador, só porque defendeu voto em Fernando Haddad para presidente. O assassino disse "Aqui é Bolsonaro".

Uma jornalista do Jornal do Commercio de Pernambuco foi agredida e ameaçada de estupro por bolsonaristas que vestiam camiseta preta com o rosto do candidato. A irmã de Marielle Franco e seus filhos sofreram agressões verbais no dia da eleição. Os agressores vestiam a mesma camiseta.

Em post no facebook, bolsonarista escreveu que não vê a hora de se armar e ir ás ruas matar petistas. Esse recado foi dado pelo candidato fascista quando esteve no Acre e, de cima do palanque, simulou arma com uma muleta e gritou, "Vamos metralhar a petralhada".

Como no filme de Ingmar Bergman, 'O ovo da serpente', esses conflitos são indicativos que antecedem o fascismo. O sistema brasileiro está contaminado e os anticorpos não reagem com firmeza.

Lamento por quem está contaminado e não percebe o mal que está fazendo para o futuro das crianças, dessas que brincam inocentes de super-heróis aqui na escola e não imaginam que os vilões estão lá fora, dentro de suas casas, chocando o ovo da serpente.

Ricardo Mezavila.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 10/10/2018
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