Jaula Portátil.
Muitas vezes me deparo com cada situação e acontecimento de cair o queixo.
Chego num país árabe que fala árabe, logo penso, tenho que falar árabe, se eu não sei falar árabe, logo penso, tenho que falar em inglês, se eu não sei falar inglês, logo penso outra vez e uso as minhas mãos para fazer mímicas ou o meu dedo indicador para apontar aquilo que eu quero comprar.
Após profundas análises na arte de pensar, chego a uma drástica conclusão, pensar é uma dádiva para poucos e fazer figuras patéticas é uma dádiva para muitos.
Realmente quando um ser humano não pensa ele atinge o mais alto nível da sua burrice, fazendo com que os demais fiquem boquiabertos com tamanha falta de inteligência, não posso chamar estas pessoas de ignorantes porque a palavra ignorante é muito requintada e não pode ser atribuída a tais animais.
Quando os chamo de burro também tenho plena consciência que estou ofendendo o animal burro, mas confesso que tento chamá-los de ignorantes, eu juro que faço o maior esforço mas são tantas cagadas umas atrás das outras que já desisti.
A pessoa fala português, entra numa loja, o vendedor fala árabe e a pessoa conversa em português com ele como se tivesse em sua casa com a sua família.
O vendedor faz uma expressão de que não entende nada e a pessoa continua conversando fluentemente em português, e, quando ela percebe que o vendedor não entende nada, fica brava, dar as costas e diz: "Péssimo vendedor, não sabe vender" e segue para outra loja para cometer o mesmo erro.
Gente vamos raciocinar e entender que o outro não fala a sua língua, nem é obrigado a falar, é você que tem obrigação de falar a língua dele e se tem dificuldades de falar é totalmente compreensível, o que é inadmissível é você querer impor nos outros aquilo que você seria incapaz de ser e fazer, e, ainda mais quando se estar na casa dos outros.
É tão vergonhoso ver tais situações que me dar vontade de ter sempre em mãos uma jaula portátil.
Velto Silva