Depois da eleição
Depois da eleição
Antes da eleição a fantasia do cidadão adorna o país. Todos ( indivíduos) preocupados com a moral/ ética, futuro da nação e, claro, os desvalidos ( são todos melhoradores do mundo). O altruísmo alimenta o pleito e a preocupação com as mazelas diárias são constantes. A empatia, resquício humano, parece ser exercida amiúde. Antes, antes mesmo.
Cada “cidadão” é uma propaganda gratuita de seu “herói” ( todo cretino faz da política uma paixão). Prometem pelo candidato, escrevem o plano de governo e rechaçam tudo que vai de encontro com o objetivo traçado pelo que foi escrito com a caneta da ignorância.
Os discursos inflamados – de ódio e intolerância – cegam e fazem da construção de um futuro do país, um espetáculo grosseiro no qual um clássico futebolístico torna-se menos emocionante.
Política e emoção, que condimento sairá dessa mistura?
Meu candidato é isso, o meu é aquilo e o povo... o povo ( incluindo você) é apenas massa de manobra que não sabe ler as entrelinhas da política e quer preencher o vazio com expectativas e ganhar o pleito para erguer o troféu e se consagrar campeão.
Depois da eleição, a roupa cidadã é colocada no guarda-roupa e o indivíduo, filho da nação canarinho, aparece.
Uns: - eu disse. Outros: - viu como era melhor? Novamente o país polarizado, mas, dessa vez, por frustrados e pedantes, resultados de uma democracia adolescente, com pseudos cidadãos infantis.
Depois da eleição... depois, bem depois, comeremos as batatas que restarão.
Mário Paternostro