O POBRE CAPIM

É engraçado quando descobrimos algumas verdades, estas que são escondidas por conta das vendas nos olhos.

Se não são verdades pelo menos é o que me parecia.

Muitos descortinarão da inocência.

Um tempo atrás, ao visitar um sitio de um amigo, encosto na cerca para ver o gado pastando num grande campo verde, este divididos por grandes cercas que cortavam todo aquele lugar,um fabuloso mundo verde.

Já tinha visto antes, mas não daquele prisma, de agora em diante seria difícil separar o que eu via do que eu pensava.

Analogia desenfreada.

Vi os grandes bovinos se alimentarem de tudo que os cercavam, um amontoado infinito de capim bem abaixo de suas gigantes e pesadas patas.

Foi onde me veio uma assustadora confabulação da mente. Surgiu uma absurda semelhança entre os governantes e aqueles grandes mamíferos do lugar, podiam se diferenciar por tamanhos, cores e manchas, mas ainda eram aqueles grandes seres a se alimentarem com uma fome sem fim.

Alguns pareciam mais mansos que outros, independente da individualidade temperamental de cada um ,ainda sim continuavam lá, todos naquela incessante ganância do querer mais.

Governantes; eram estes gigantes ruminantes, na minha mente juvenil, a nos massacrar com seus enormes dentes trituradores, queriam porque queriam que fizéssemos parte do que eram; partidos, absorviam sem pretensão de parar, e nos devolviam massacrados ao chão, Gigantescas massas sem nenhuma função de outrora.

As cercas me lembravam; as cidades, os estados os países, todos com suas divisões; estes varios conjuntos de grandes manadas famintas.

E nós o pobre capim, nascidos num lugar para alimentar grandes dominantes, que vivem a se fartar acima de nós, até o total extermínio, para depois se deslocarem para outro lugar.

Autor: George Loez

( Do meu livro: Textos Soltos )

George Loez
Enviado por George Loez em 05/10/2018
Reeditado em 05/10/2018
Código do texto: T6468045
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