Eu não sei se a lua já estava em libra ou como estava o gráfico da Bolsa de Valores

"Às vezes eu acho que começos deveriam ser evocados todos os dias e em todos os setores. Com a mesma coragem da hashtag. Como se amor nunca tivesse doído. Como se chegássemos agora. Como se a herança política desconhecesse Maquiavel. Oi, humanidade, vamos praticar a tecnologia incrível que é enxergar o outro? Sim, porque não é mais uma questão de quem se vota, de quanto se ganha, qual cargo se ocupa. É uma questão do quanto de humanidade há em você. É assim que começa? Um alguém decide que é possível, estende a mão a outro alguém, e faz a proposta: vamos ficar juntos? Vamos ter duas noites incríveis e viver de verdade essas horas únicas? Vamos fazer um filme? Um filho? Uma revolução? Vamos reunir uma gente humana e deixar claro o que não aceitamos mais? É só uma questão de humanidade. Só!

Qual a necessidade de se fotografar o desumano, o desrespeito, arrancar placas? Qual a humanidade de quem fez, de quem curte, de quem ri?

Porque sobre o que nós fizemos, eu não sei quem primeiro estendeu a mão e propôs. Não sei como começou. Só sei como terminou: lindo. Se isso vai mudar alguma coisa, se foi ingenuidade, se algumas pessoas confundem o “ser a favor do respeito e empatia” com “ferir os valores morais”, não posso afirmar. Tem gente que vibra com o medo alheio. Eu não. Eu vibro com o amor.

Até porque isso também não é sobre não saber perder, pois a gente perde um pouco todo dia. Mas pelo menos podemos escolher ao lado de quem: Oi, topa ter noites incríveis e viver, de verdade, essas horas?"

#TextosDeQuinta

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 04/10/2018
Reeditado em 04/10/2018
Código do texto: T6467588
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